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UFRJ condena violência policial em manifestações

Decanos diretores publicaram moção de repúdio à violência por parte de agentes públicos. Reitor Carlos Levi afirma que a universidade está unida para condenar quaisquer intimidações e uso de violência sobre os cidadãos.

Decanos e diretores da UFRJ, reunidos nesta segunda-feira, 24/6, publicaram moção de repúdio à “violência generalizada e descontrolada” por parte de agentes públicos, que culminou, na semana passada, com centenas de estudantes e outros manifestantes buscando abrigo nos prédios da universidade.

Após a manifestação que reuniu milhares de pessoas na Avenida Presidente Vargas, Centro do Rio, na quinta, 20/6, a Faculdade Nacional de Direito (FND) e o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (Ifcs) abrigaram cerca de 700 pessoas que se protegiam de atos violentos.

A nota condena a atitude tanto de “agentes provocadores” como de policiais e reforça que a liberdade de manifestação é fundamental para a democracia.

Com agenda de compromissos em Brasília, o reitor da UFRJ, Carlos Levi, subscreveu a moção e afirmou que a universidade vai continuar apoiando as manifestações da comunidade acadêmica e da população: “O respeito à liberdade de expressão é uma das garantias mínimas para o fortalecimento do Estado democrático brasileiro. Neste momento, a universidade está unida para condenar quaisquer intimidações e uso de violência sobre os cidadãos que estão nas ruas para exercer sua legitimidade de contestação e reivindicação de direitos”, afirmou.

Confira a íntegra da moção

Nós, Decanos e Diretores da UFRJ, queremos, neste momento tão rico de nossa vida política e social, advertir para os graves riscos que a democracia e o direito de manifestação correm quando agentes de forças públicas, que deveriam garantir a ordem pública e os direitos constitucionais dos cidadãos, deflagram violência generalizada e descontrolada, obrigando centenas de nossos estudantes e de outras universidades a se refugiarem nos prédios da Faculdade de Direito e do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais.

O quadro que se constituiu no centro da cidade e no entorno de nossas unidades de ensino e pesquisa, resultado da ação violenta de agentes provocadores e policiais, é motivo de preocupação e nossa Universidade se mantém alerta para defender, como sempre fez, a liberdade de expressão, fundamento da democracia.

Praia Vermelha, Rio de Janeiro, 24 de junho de 2013

Diretores e Decanos da UFRJ

Diretores do IFCS, FND e Instituto de História também condenaram ações violentas

A direção do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) emitiu nota, condenando, ainda, a violência contra membros de movimentos sociais e partidos políticos. “Deve ser motivo de preocupação para todos que o Estado venha a adotar uma postura agressiva e intolerante, tratando cidadãos como inimigos e perseguindo-os pelas ruas, como foi observado e experimentado por muitos naquela longa e dura noite”, diz trecho do comunicado.

Igualmente, a direção do Instituto de História divulgou documento denunciando “a repressão policial desproporcional e ainda os demais atos de violência de forte viés autoritário contra a sociedade civil que no uso pleno de sua cidadania tem organizado manifestações por todo o país”.

A direção da Faculdade Nacional de Direito (FND), em nota, comunicou que a unidade continuará aberta à sociedade, reforçando os “históricos compromissos pela defesa da livre manifestação e da pluralidade de ideias e orientações”, garantidas pela Constituição Federal.