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Projeto sustentável para o novo Hospital Universitário

O projeto do novo Hospital Universitário da UFRJ, assinado pelo professor Mauro Santos, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), adota conceitos sustentáveis que visam a uma facilidade maior de acesso e manutenção do local.

Mauro Santos também é coordenador do grupo de pesquisas Espaço Saúde, da FAU, que estuda novas formas de organização dos serviços na área de saúde que possibilitem um maior conforto ambiental.

A nova unidade, que ficará localizada ao lado da atual, será responsável pelo atendimento clínico. O ensino e a pesquisa continuarão sendo no antigo hospital, que terá suas dependências aproveitadas para salas de aula, gabinetes dos professores, laboratórios de pesquisa e ampliação das atividades de residência médica.

As obras do projeto têm um custo aproximado de R$ 200 milhões. Com verbas provenientes do Ministério da Educação e de outros órgãos do governo federal, estão previstas para começar no fim deste ano e devem durar cerca de cinco anos.

Sustentabilidade

No projeto de arquitetura foram adotados conceitos de sustentabilidade, com o objetivo de manter uma boa relação com a natureza, tanto interna como externamente, nas fases de produção, uso e manutenção. As opções de materiais, processos construtivos, conceitos de durabilidade, geração e conservação de energia, tratamento de resíduos, captação de água, entre outras, estiveram presentes no desenho do projeto desde o início. “O desenho é um dos aspectos mais importantes, porque possibilita o desdobramento das demais atividades sustentáveis”, diz Mauro.

O novo hospital, que vai ocupar uma área de aproximadamente 100 mil metros quadrados, a mesma do atual, será dividido em blocos. Mauro explica que deixar de lado uma estrutura compacta para trabalhar com uma área fracionada facilita muito na hora da manutenção e do acesso às alas hospitalares.

O novo prédio foi projetado em estruturas horizontais, com perfurações no topo para possibilitar a iluminação e a ventilação, além de quatro fachadas livres que permitem a melhor interação com a natureza. Também está prevista uma praça no interior do hospital. A estrutura é parecida com a de uma cidade, contendo vias principais e pontos de referência. A ideia é criar também um espaço totalmente acessível aos acompanhantes, fundamentais no tratamento dos pacientes.

Segundo o professor responsável, o objetivo é adequar, da melhor forma possível, a edificação ao usuário. Por isso, foi feita a escolha por uma estrutura dividida em blocos. “O ideal é voltar ao desenho que facilite as relações e qualifique a estrutura hospitalar como um elemento que contribua para o processo terapêutico”, explica.

A climatização também é necessária, em algumas partes chega a ser obrigatória. Mas é possível minimizar o uso de energia com a luz natural, que reduz a necessidade de utilização da luz artificial. “Estamos trabalhando com um bom desenho de proteção e sombreamento, que minimize o calor interno, utilizando-se materiais que tenham maior relação térmica”, conta o professor.

O projeto deu atenção especial a tecnologias com durabilidade. Alguns materiais previstos, como vidros, reduzem a sensação térmica. Placas de proteção externa que atuam no sombreamento e que são perfuradas permitirão também mais ventilação no local.

Manutenção

A manutenção é essencial, pois é comum o desgaste que acontece ao longo do tempo. A estrutura em bloco único dificulta, porque se acumulam várias atividades e isso traz dificuldades de escala na hora da manutenção. Com a estrutura dividida em blocos, fica mais fácil identificar e isolar um determinado problema, sem que seja necessário intervir na construção como um todo.

“A atenção na hora da escolha dos materiais que sejam mais sustentáveis e do uso diário desses elementos é fator importante que facilita a manutenção”, explica o professor.

Espaço Saúde

O Espaço Saúde é um grupo de pesquisa e projeto no ambiente da saúde, vinculado à FAU, que desenvolve trabalhos voltados para a questão da humanização, novos conceitos de arquitetura hospitalar e todos os demais aspectos que estejam sendo pesquisados e produzidos nessa área. O espaço conta com a participação de alunos de graduação, estagiários, pesquisadores, mestrandos e doutorandos.