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Aluno da UFRJ criou ferramenta de gerenciamento laboratorial online

Um grupo de pessoas com formação multidisciplinar, liderado por um aluno da UFRJ, lançou um projeto pioneiro de gerenciamento laboratorial. Diogo Munaro, mestre em Inteligência Artificial pela UFRJ; Verônica Tavares, formada em Design pela PUC; Carlos Cardozo, doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV); e o líder do projeto, Gil Sant’Anna, estudante de Matemática da UFRJ, criaram a Labsynapse, uma plataforma online que auxilia os cientistas na organização do inventário laboratorial.

“A Labsynapse ajuda a organizar o contato e encontrar novos fornecedores. A ideia é criar um marketplace, no qual o cientista pode encontrar vários fornecedores e comparar preços. Quando se aumenta a exposição desses ofertantes, aumenta-se a competição e, assim, há uma diminuição no preço dos produtos. O cientista vai ficar sabendo o preço real dos produtos se tiver a oportunidade de compará-los com uma gama maior de fornecedores”, declara Gil Sant’Anna.

Segundo o futuro matemático, existe uma grande dificuldade no que diz respeito à administração de um laboratório. “Os principais problemas são importação, compra de produtos e quantidade de fornecedores. Porém, importação é um problema muito grave e só pode ser resolvido em nível governamental; não tenho recursos para resolver isso. O nosso foco, no momento, é a organização laboratorial”, comenta. A ideia do projeto é trazer do mundo virtual uma série de utilidades gratuitas que não são aproveitadas no mundo científico. “É preciso aproveitar os recursos oriundos da internet, senão a ciência fica muito rústica, ultrapassada. Existem ferramentas que poderiam ajudar as ciências de inúmeras formas. Uma delas é esse modelo que estou desenvolvendo”, afirma o líder do projeto.

O objetivo é criar uma ligação entre os cientistas e empresas online, por isso o nome Labsynapse, que remete à conexão existente entre os neurônios, chamada de sinapse. A logomarca faz uma alusão a um cérebro, só que com ondas. A ideia é fazer uma conexão, mas não com dendritos, que são as pernas dos neurônios, e sim uma conexão wireless – tipo de conexão para transmissão de informações sem o uso de fios ou cabos – que é mais rápida e mais eficiente.

Foi lançado um protótipo do projeto no ano passado para ver se existia uma demanda. A partir dessa experiência, os pesquisadores puderam aprimorar o programa e sair em busca de financiamento. De acordo com Gil Sant’Anna, o grupo resolveu não buscar apenas um investidor, porque para eles o que mais vale para um investidor é a experiência que ele vai ter. E se o melhor será essa experiência, se trará a rede de contatos dele para o projeto, então é melhor ter vários investidores. Foi quando surgiu a ideia do crowdfunding.

Crowdfundig é a obtenção de capital para iniciativas de interesse coletivo por meio da agregação de múltiplas fontes de financiamento, em geral pessoas físicas interessadas na iniciativa. “Enxugamos o projeto, vimos o mínimo de investimento que precisava para ficar aqui na incubadora da Coppe, além de nos bancar para podermos nos dedicar integralmente e poder desenvolvê-lo o mais rápido possível”, alega Gil Sant’Anna. 


O grupo teve também uma reunião com Marco Antônio Raupp,  ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),  que ajudará na divulgação e  abraçará o projeto com o programa Start Up Brasil, cujo objetivo é acelerar o desenvolvimento das empresas nascentes de software e serviços.