“A Labsynapse ajuda a organizar o contato e encontrar novos fornecedores. A ideia é criar um marketplace, no qual o cientista pode encontrar vários fornecedores e comparar preços. Quando se aumenta a exposição desses ofertantes, aumenta-se a competição e, assim, há uma diminuição no preço dos produtos. O cientista vai ficar sabendo o preço real dos produtos se tiver a oportunidade de compará-los com uma gama maior de fornecedores”, declara Gil Sant’Anna.
Segundo o futuro matemático, existe uma grande dificuldade no que diz respeito à administração de um laboratório. “Os principais problemas são importação, compra de produtos e quantidade de fornecedores. Porém, importação é um problema muito grave e só pode ser resolvido em nível governamental; não tenho recursos para resolver isso. O nosso foco, no momento, é a organização laboratorial”, comenta. A ideia do projeto é trazer do mundo virtual uma série de utilidades gratuitas que não são aproveitadas no mundo científico. “É preciso aproveitar os recursos oriundos da internet, senão a ciência fica muito rústica, ultrapassada. Existem ferramentas que poderiam ajudar as ciências de inúmeras formas. Uma delas é esse modelo que estou desenvolvendo”, afirma o líder do projeto.
O objetivo é criar uma ligação entre os cientistas e empresas online, por isso o nome Labsynapse, que remete à conexão existente entre os neurônios, chamada de sinapse. A logomarca faz uma alusão a um cérebro, só que com ondas. A ideia é fazer uma conexão, mas não com dendritos, que são as pernas dos neurônios, e sim uma conexão wireless – tipo de conexão para transmissão de informações sem o uso de fios ou cabos – que é mais rápida e mais eficiente.
Foi lançado um protótipo do projeto no ano passado para ver se existia uma demanda. A partir dessa experiência, os pesquisadores puderam aprimorar o programa e sair em busca de financiamento. De acordo com Gil Sant’Anna, o grupo resolveu não buscar apenas um investidor, porque para eles o que mais vale para um investidor é a experiência que ele vai ter. E se o melhor será essa experiência, se trará a rede de contatos dele para o projeto, então é melhor ter vários investidores. Foi quando surgiu a ideia do crowdfunding.
Crowdfundig é a obtenção de capital para iniciativas de interesse coletivo por meio da agregação de múltiplas fontes de financiamento, em geral pessoas físicas interessadas na iniciativa. “Enxugamos o projeto, vimos o mínimo de investimento que precisava para ficar aqui na incubadora da Coppe, além de nos bancar para podermos nos dedicar integralmente e poder desenvolvê-lo o mais rápido possível”, alega Gil Sant’Anna.
O grupo teve também uma reunião com Marco Antônio Raupp, ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que ajudará na divulgação e abraçará o projeto com o programa Start Up Brasil, cujo objetivo é acelerar o desenvolvimento das empresas nascentes de software e serviços.