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UFRJ receberá investimentos de US$ 100 milhões para a construção de Centro de Pesquisa e Desenvolvimento

No dia 7 de fevereiro, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) assinou um Acordo de Cooperação Técnica e Científica com a EMC, empresa multinacional da área de Tecnologia da Informação (TI). O convênio, assinado no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, prevê a instalação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da empresa no Parque Tecnológico da UFRJ.

Segundo Fred Arruda, diretor de Operações Comerciais, a multinacional ocupará um terreno de aproximadamente 3.029 metros quadrados, onde será construído um prédio de quatro andares. O investimento será de US$ 100 milhões, englobando a construção do prédio, os equipamentos, os projetos em cooperação com a UFRJ e também o custeio da operação do Centro de P&D.

O acordo faz parte da estratégia do MCTI de ampliar o Programa TI Maior, cujo objetivo é alavancar o desenvolvimento do setor no país. Para Claudia Lage Rebello da Motta, diretora do Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais, da UFRJ, há um movimento de geração de propriedade intelectual e patentes no Brasil, do qual a UFRJ é parte relevante, já que possui competências em diversas áreas de pesquisa. "Especificamente na área de TI, onde atua a EMC, a UFRJ possui um grande quadro de pesquisadores, em especial no Núcleo de Computação Eletrônica (NCE), no Departamento de Ciência da Computação (DCC) e no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe)", disse ela.

Os recursos da EMC serão utilizados para fazer pesquisa aplicada em "big data", com foco na indústria de petróleo e gás. Para Claudia Motta, essa parceria UFRJ−EMC tem como meta criar na universidade um Centro de Excelência em Big Data que vai investir em dissertações de mestrado e teses de doutorado, e, em consequência, na geração de tecnologias inovadoras nessa área. "A UFRJ já possui grande competência em temas ligados tanto à TI quanto ao Setor de Óleo e Gás. Juntando as competências da universidade com as demandas de uma empresa global, o resultado esperado é a geração de tecnologias inovadoras que suportarão as diversas demandas de negócios do mercado", declara Claudia Motta

Ao comentar sobre a participação da UFRJ no projeto, Claudia Motta afirma que se dará de três formas. Em primeiro lugar, na formação de recursos humanos, em curto prazo, com a realização de eventos técnicos e científicos focados em "big data", e, em longo prazo, com investimentos em dissertações de mestrado e teses de doutorado dessa área. Em segundo lugar, com a realização de projetos conjuntos de P&D com a EMC – no momento, há quatro desses projetos em andamento, em que equipes do DCC e da Coppe estão envolvidas junto com os pesquisadores da empresa para o desenvolvimento de novas tecnologias. Por último, com a sensibilização das empresas do Setor de Óleo e Gás da importância da P&D para o setor.

Sobre ter investimento de alguma das esferas de governo no projeto, Fred Arruda comentou que, por meio da Rio Negócios, o governo municipal teve um trabalho importante de articulação para viabilizar os investimentos da EMC no Centro de Pesquisas do Rio de Janeiro. Porém, não haverá nenhum investimento de esfera pública para viabilizar essa instalação. A decisão pelo Brasil é decorrente do momento de crescimento do país, aliado ao quadro de grandes profissionais brasileiros da área de TI. A escolha de implantar o Centro de P&D no Rio também tem a ver com o momento vivido pelo estado com a descoberta do pré-sal. Na visão do diretor de Operações Comerciais da EMC, não caberia receber investimentos por parte do governo para a geração de propriedade intelectual da empresa.