Assista à entrevista em vídeo
Entrevista à Rádio CBN
Na quinta-feira, 6 de dezembro, o coordenador do Fórum de Ciência e Cultura (FCC), professor Carlos Vainer, acompanhou jornalista de O Globo durante visita ao imóvel da avenida Venceslau Brás, 215, onde funcionou a antiga casa de espetáculos Canecão.
Em entrevista, Carlos Vainer historiou o processo de retomada da posse do imóvel pela UFRJ, depois de 40 anos de disputas judiciais com o antigo ocupante. Ressaltou as péssimas condições de conservação em que as instalações foram devolvidas e lembrou que, por decisão judicial, a universidade foi designada fiel depositária dos bens deixados no local pelo antigo explorador do local. A situação, ressalta o coordenador do FCC, causa grande transtorno, uma vez que retardam as ações que a universidade planeja adotar para recuperar e requalificar aquele espaço, a fim de destiná-lo ao uso pela cidade do Rio e pela instituição.
Foram informadas, ainda, a penhora judicial de vários itens deixados no imóvel, para quitação de dívidas trabalhistas decorrentes da má gestão pela empresa que ocupava ilegalmente o espaço da universidade, bem como a existência de áreas ainda lacradas pela Justiça. Tanto a remoção dos cerca de 3 mil itens deixados no local (quase todos já higienizados e catalogados pelo FCC) quanto o acesso nas áreas lacradas do imóvel aguardam os procedimentos judiciais obrigatórios.
Outra iniciativa da universidade para reativação daquele importante espaço concluiu-se recentemente. A licitação feita para realização de obras de reforma do telhado selecionou a empresa que, conforme informações do Escritório Técnico da Universidade (ETU), assinará contrato no próximo dia 12 de dezembro de 2012.
Carlos Vainer explicou, também, os propósitos que orientam os projetos em debate na instituição para requalificação e usos dos espaços retomados pela UFRJ: “Há um consenso na universidade de que essa área deve ser um espaço público de Arte e Cultura, de que suas atividades devem ter um compromisso com a diversidade cultural, com a Educação, com a formação de profissionais da área cultural”.
O Coordenador do Fórum ressaltou que considera aquele espaço “uma propriedade da universidade e um patrimônio da cidade”. Entende que ela deve integrar uma rede de equipamentos públicos de Arte e Cultura. Por isso afirma que a universidade convidará amplos setores da sociedade para participar da gestão do novo espaço requalificado. Enfatizou que a universidade quer tornar o imóvel um espaço aberto à sociedade. Lembrou que tanto a antiga casa de espetáculos quanto a casa de jogos ilegal, ao lado, eram espaços privatizados e, portanto, fechados ao amplo acesso do público.
Foram informadas à reportagem de O Globo algumas iniciativas que vêm sendo adotadas para estruturar o complexo de difusão científica, cultural e artística nos prédios retomados em articulação com a Casa da Ciência da UFRJ, já em atividade há mais de 20 anos. Nas instalações antes ocupadas pela casa de jogos começa a ser estruturada a Casa da Cultura, na qual, entre atividades diversas, será sediado o Centro Interuniversitário de Memória, que acolherá e disponibilizará acervos de importantes autores e artistas, como é o caso, agora, do acervo de Augusto Boal.
Ao final da visita, Carlos Vainer colocou a UFRJ à disposição de O Globo sempre que sua intenção for informar a opinião pública. Também convidou a jornalista a produzir reportagens acerca das atividades artísticas, culturais e científicas da UFRJ.