Ocorreu na última quarta-feira, 12 de setembro, o primeiro seminário temático do ciclo "Você Faz Cultura", promovido pelo Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ. O tema do evento foi o "Patrimônio Histórico Identificado".

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Patrimônio Histórico no “Você Faz Cultura”

Ocorreu na última quarta-feira, 12 de setembro, o primeiro seminário temático do ciclo "Você Faz Cultura", promovido pelo Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ. O tema do evento foi o "Patrimônio Histórico Identificado".

Paulo Hora 

Ocorreu na última quarta-feira, 12 de setembro, o primeiro seminário temático do ciclo "Você Faz Cultura", promovido pelo Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ. O evento aconteceu no Colégio Brasileiro de Altos Estudos, no Flamengo. O tema discutido foi o "Patrimônio Histórico Identificado".

O coordenador do FCC, professor Carlos Vainer, ressaltou, na abertura do evento, que "nunca antes o conselho da universidade se debruçou sobre uma política cultural como agora". Para o professor, "a própria universidade historicamente não se vê como grande agente cultural coletivo e, por isso, a cidade não a reconhece como tal".

A apresentação do seminário foi conduzida pelo diretor da Faculdade Nacional de Direito (FND), professor Flávio Martins, que falou sobre o prédio da FND, ressaltando sua importância cultural e histórica para a cidade. Martins lembrou que a fachada do prédio, que está tombado, será restaurada, completando a intervenção que acontece desde a gestão do professor Aloisio Teixeira na Reitoria da UFRJ.

O tema do evento foi dividido em duas partes: “Políticas de Governo para o Patrimônio Histórico Edificado”, discutido pela manhã, e “Patrimônio Edificado na Cidade”, apresentado na parte da tarde. Iniciando a discussão dos temas, o diretor da Divisão de Projetos de Imóveis Tombados (Diprit), Paulo Roberto Tavares Bellinha, destacou o "vasto patrimônio arquitetônico histórico edificado tombado da UFRJ", citando o Museu Nacional, o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, o Palácio Universitário, o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, entre outros.

Foi apresentado o histórico de obras de cada um desses lugares, bem como suas reformas, as ações em curso e as que serão implementadas. Para Bellinha, "a preservação deve levar em conta aspectos culturais e materiais".

Para a sequência da programação, estava prevista a presença da superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio de Janeiro (Iphan/RJ), Cristina Lodi, mas, com a alegação de que se sentiria desconfortável em discutir as políticas do Governo Federal para o patrimônio histórico durante o momento atual de mudanças no Ministério da Cultura, ela optou em não comparecer.

Dando prosseguimento ao seminário, o representante do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Paulo Vidal, apresentou as políticas do Governo do Estado do Rio de Janeiro para o patrimônio histórico edificado. Segundo Vidal, "o patrimônio cultural não é apenas a restauração de prédios, é parte dos elementos fundamentais para qualquer política de desenvolvimento socioeconômico. O tombamento não é um fim, é um meio cujo objetivo é garantir o legado dos bens para as gerações futuras". Ele ainda enfatizou a situação de evidência em que se encontra a cidade do Rio de Janeiro: "Nesse contexto de grandes investimentos, deve-se tentar, por um lado, mitigar suas consequências e, por outro, aproveitá-las. O esforço consistirá em garantir o legado dos bens para as gerações futuras".

O presidente do Instituto Rio do Patrimônio da Humanidade, Washington Fajardo, esteve presente para apresentar as políticas do governo municipal para o patrimônio histórico edificado. Fajardo apresentou um gráfico de evolução da proteção do patrimônio da cidade nos últimos 30 anos, em que se verificaram períodos alternados de maior ou menor proteção. Ele afirmou que "sempre se preservou muito mais o valor econômico do que o arquitetônico" e que o trabalho de preservação encontra fragilidades, como ausência de instrumentos, a fragmentação da gestão urbana e a degradação do patrimônio.

Fajardo explicou o conceito de urban sprawl, que consiste na expansão urbana horizontal e não planejada, e apresentou os programas atuais para enfrentar esse problema, como o Porto Maravilha, o Lapa Legal e o Centro Carioca de Design. Ao final do seminário, foi realizada uma miniplenária, em que aconteceu a apresentação e a discussão de propostas para a plenária final, a ser realizada no fim do último encontro.

Os próximos seminários temáticos estão marcados para os dias 21 e 28 de setembro e o seminário de encerramento, para o dia 21 de novembro.