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Fórum e estudantes conversam sobre desocupação

Reunião ocorreu na sede do Colégio Brasileiro de Altos Estudos, na quarta-feira, 8 de agosto.

Por iniciativa do Coordenador do Fórum de Ciência e Cultura (FCC), prof. Carlos Vainer, ocorreu, nesta quarta-feira, 08 de agosto, na sede do Colégio Brasileiro de Altos Estudos, mais uma reunião com a Comissão de representantes estudantis da ocupação do imóvel da Avenida Venceslau Brás, 215, reintegrado à universidade.

Participaram do encontro, pelo FCC, o prof. Carlos Vainer e o Assessor Técnico da Coordenação, João Eduardo Fonseca; e, pela representação da ocupação, os estudantes Leandro Santos, Rafael Papadopoulos, Luiza Foltran Aquino, Carolina Barreto e Rafael Eveno. Estiveram presentes, também, as estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UFRJ Bárbara Bravo e Gabriela Mesquita. Ambas fizeram a apresentação do projeto que elaboraram, sob a orientação do Prof. Luiz Felipe Cunha, para reforma e uso do espaço vestibular e áreas externas do imóvel reintegrado ã UFRJ. A apresentação e o projeto receberam os elogios do Coordenador do FCC.

Durante quatro horas, diversas questões foram apresentadas, debatidas e acordadas pelas partes reunidas. De início, o Coordenador do FCC voltou a enfatizar a necessidade de formalização das instâncias de representação e interlocução estudantil. Pediu a indicação formal da representação do Diretório Central dos Estudantes – DCE Mário Prata no Conselho Diretor do Fórum. A Comissão estudantil comprometeu-se a, depois de discussão interna, apresentar a indicação dos representantes mencionados.

Ao congratular a Comissão pela apresentação de proposta/projeto escrito, com suas posições e propostas para o uso daquela área recuperada pela universidade, o prof. Carlos Vainer frisou que essa conduta e esse método de atuação política, universitária, cidadão é “que faz avançar os esforços de todos pela requalificação dos espaços culturais da instituição”.

Em seguida, apresentou informações a respeito das providências que estão sendo tomadas pela Administração da UFRJ, por intermédio do FCC, para requalificação das áreas reintegradas à universidade: a) licitação para reforma do telhado; b) galpão e transporte para a retirada dos bens e outros itens deixados no imóvel sob a guarda fiel da UFRJ; c) higienização e registro (etiquetagem) do mobiliário e demais itens citados. Para a plena execução dessas ações, para as quais o FCC estará pronto dentro de cerca de 7 a 10 dias, foi reiterada a proposta de transferência da ocupação e de suas atividades para os espaços reintegrados da Rua Lauro Muller, 1; com manutenção das faixas e cartazes afixados na fachada do prédio da Venceslau Brás, 215.

A Comissão apresentou ponderações diversas, com suas posições a respeito das ideias, concepções e projetos dos estudantes por ela representados para o usos aqueles espaços, como também relativas à interlocução com a reitoria, para debate da pauta interna da greve estudantil da UFRJ. Afirmaram que desejam desocupar as áreas em que estão e apresentaram em síntese suas condições para tanto. No que se refere às esferas de competência imediatas do FCC, reivindicam compromissos quanto a três pontos, a saber:

1) Garantia das condições de acessibilidade plena da população às atividades que vierem a ser realizadas naqueles espaços (que o espaço seja “100% público e totalmente administrado pela universidade”);

2) Garantia de compromisso do FCC com a criação de instância, composta paritariamente pelos segmentos que constituem a comunidade universitária, incumbida da gestão político-institucional dos espaços reintegrados à universidade;

3) Desmembramento em duas etapas das reformas necessárias a utilização dos espaços reintegrados. Na primeira, prioritária, proceder-se-á à reforma do espaço vestibular ao prédio principal (ex-Canequinho) e das áreas contíguas juntas à área externa. Na segunda etapa, dar-se-á a reforma das demais áreas reintegradas.

O Coordenador do FCC manifestou, então, a convergência ampla dessas posições com aquelas que já vinham sendo cogitadas, expressas e encaminhadas pelo Fórum. Destacou que “guardadas, naturalmente, a autonomia das instâncias em diálogo, essa convergência viabiliza um campo de atuação comum para a requalificação e uso daquelas áreas”.

Em seguida, reafirmou seu compromisso com o documento PROJETO Arena Minerva de Música e Arte (AMMA), que apresentou para o debate interno da universidade em dezembro de 2010, e apresentou sua posição quanto aos três itens propostos pela Comissão:

1) No que concerne ao item 1 acima, há total compromisso com o caráter público e universitário do espaço, nos termos constantes do documento PROJETO Arena Minerva de Música e Arte (AMMA);
2) No que se refere ao item 2, reiterou compromisso com a criação de formas democráticas, possivelmente paritárias, de deliberação acerca das políticas e diretrizes para o uso do espaço;
3) No tocante ao item 3, frisou que há convergência e acordo total.

Ao final do encontro, o prof. Carlos Vainer voltou a solicitar que não sejam  promovidos eventos que requeiram o uso da infraestrutura do prédio em razão dos enormes riscos, conforme já explicitado em outras ocasiões. E informou que se guarda o direito de comunicar a artistas e outras pessoas convidadas de sua posição e da posição da Administração Central da UFRJ a respeito.

Tudo foi registrado em ata assinada pelos presentes, e nova reunião ficou agendada para aproxima terça-feira, 14 de agosto.