A Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a prefeitura municipal de Macaé fecharam, nessa terça-feira, dia 10, um conjunto de medidas para atender às demandas do curso de Medicina na cidade. Acompanhados de representantes dos estudantes, que entraram em greve na semana passada para reivindicar melhorias, o reitor, Carlos Levi, e o prefeito, Riverton Mussi, fecharam acordos para garantir a presença da universidade no hospital público local (HPM) e assegurar as aulas práticas exigidas para a formação na área.
Segundo o prefeito, dentro de 15 dias, o hospital terá condições de apoiar as aulas dos alunos, em um prédio anexo, que possui salas de aula e auditório. “Vamos repactuar o convênio entre a prefeitura e a UFRJ. A prefeitura vai se comprometer a atender às demandas de médicos diaristas no HPM”, disse o prefeito.
Uma comissão da universidade enviada ao município considera que o hospital tem condições de receber dois programas de residência médica – um em pediatria e outro em cirurgia geral.
O reitor anunciou que a gestão do curso, antes realizada por uma coordenadoria no campus, ficará sob responsabilidade da Faculdade de Medicina do campus da Cidade Universitária, no Rio de Janeiro: “Neste momento, a Faculdade de Medicina do campus da Cidade Universitária está assumindo a coordenação do curso em Macaé. Temos elementos para construir soluções, principalmente porque temos um curso no Rio que serve de referência para atender a todas as demandas exigidas para a formação de médicos. Vamos garantir que os atuais alunos tenham sua formação com igual qualidade”, afirmou Carlos Levi.
Outro acordo foi fechado com o Hospital São João Batista de Macaé, pela manhã: Luís Porto, integrante da diretoria do hospital, afirmou que o local está aberto a receber o projeto pedagógico da universidade, para que os alunos desenvolvam atividades focadas em atendimento clínico. O hospital, que atualmente tem cerca de 20 leitos em uso, deverá aumentar esse número, chegando a 50, quantidade ideal para atender aos estudantes. Para isso, a prefeitura estuda estabelecer parcerias que garantam a ampliação e reativação de leitos. Em contrapartida, a UFRJ vai oferecer treinamento aos médicos para criação de programa de internato na área de clínica médica.
Após o estabelecimento de convênios entre a UFRJ e os hospitais, a implantação do Programa de Residência deverá passar pela Comissão Nacional de Residência, em atendimento às exigências do MEC. Com isso, a expectativa é de que já no ano que vem a residência na cidade já esteja credenciada por ele.
De acordo com o professor Roberto Medronho, diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ, cerca de 15 professores do quadro da faculdade já estão dispostos a ministrar aulas no campus, para o apoio ao curso em Macaé. Além disso, recursos em telemedicina serão aplicados para dar suporte, a distância, aos estudantes do campus.
Outras medidas reivindicadas pelos alunos do curso começarão a ser atendidas por uma Comissão Gestora, como a adaptação de laboratório para dissecção de cadáveres e criação de convênios priorizando a pós-graduação de médicos locais.
A universidade e a prefeitura estudam criar termos aditivos ao convênio que implantou o curso na cidade, em 2007, para incorporar aperfeiçoamentos.