Em um momento de importância crescente da variável ambiental em diversos tipos de empreendimentos, os paisagistas, que contribuem para tornar as cidades mais sustentáveis, ainda lutam pela regulamentação profissional. As suas atividades, como imagina o senso comum, não se limitam à escolha de espécies vegetais para ornamentar a paisagem. Abrangem, por exemplo, a acessibilidade em vias públicas e a definição de materiais em geral para o mobiliário urbano, como áreas de lazer, escadas, rampas e estacionamentos.
Mas não é só isso. “Tratamos a paisagem como projeto, levando em conta a luminosidade, a ação dos ventos e os ecossistemas”, afirma Danielle Inocêncio Coimbra, do Grupo de Trabalho (GT) Rio Paisagismo, da Escola de Belas Artes da UFRJ, que lidera o Movimento em Defesa da Regulamentação da profissão de paisagista no Brasil.
Nesta quinta-feira (8 de março), o GT organiza um encontro para apresentar e discutir o Projeto de Lei 2.043, que tramita no Congresso Nacional e regula o exercício da profissão de paisagista. O evento, que ocorrerá no auditório da EBA, sala 614 do prédio da Reitoria, às 14h30, contará com a presença do deputado federal Ricardo Izar (PV/SP), autor do Projeto, e dos dirigentes da Associação Nacional de Paisagismo (ANP), Eliana Azevedo e João Jadão.
Para Danielle Coimbra, o movimento pela regulamentação profissional já tarda, uma vez que o primeiro curso de paisagismo do Brasil, da EBA−UFRJ, pelo qual se formou, foi criado há 35 anos. “Agora, ou vai ou racha”, sentencia.
A regulamentação resultará, segundo ela, em mais vagas para paisagistas em concursos públicos e na possibilidade do estabelecimento de um piso nacional para a categoria. Além disso, significará o reconhecimento de uma atividade que atua em ambientes externos valorizando não só o aspecto funcional, mas também o ecológico. “O paisagismo está apto a trabalhar em diversas escalas, como a urbana, a territorial e a regional, visando à sustentabilidade e geração de bem-estar para a população”, destaca.
No debate, espera-se a presença de docentes, estudantes, profissionais, empresários do setor e representantes da sociedade civil e do movimento ambientalista.