A educação inclusiva no contexto dos movimentos sociais e a relação entre Romênia e Brasil, na perspectiva de Paulo Freire, foram amplamente discutidas durante o seminário internacional “Educação popular e a pedagogia da libertação”. Participaram do encontro professores da UFRJ e da Universidade Lucian Blaga de Sibiu (ULBS).
Realizado na última quarta-feira (9/11), no Salão Pedro Calmon do Fórum de Ciência e Cultura, o evento contou com a presença dos professores Elena-Lucia Maria e Daniel Mara, ambos da Faculdade de Ciências da Educação da ULBS, além de Roberto Leher, da Faculdade de Educação (FE) da UFRJ.
Daniel Mara falou sobre a experiência de pesquisa da ULBS com a educação de crianças e adultos da zona periférica da cidade romena de Sibiu, através do pedagogo Paulo Freire. O sistema de educação inclusiva também contempla a população cigana do país e outras minorias que, segundo Mara, são 10% da população local. “O governo romeno apoia a educação inclusiva, mas nem sempre dá recursos necessários para sua viabilização”, contestou.
Já o professor Roberto Leher afirmou que o sistema de educação inclusiva no Brasil sofreu um forte baque com a ditadura militar de 1964. Ressaltou que, nesse período, a ideia de educação pública e técnica voltada para potencializar o homem em sua força de trabalho foi estimulada.
No entanto, segundo ele, os movimentos sociais com ideal anticapitalista, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), deram mais visão à educação popular. “Quando isso ocorre, há uma mudança de quem eles acham que são os protagonistas da estratégia política”, concluiu.