A UFRJ informa, com pesar, que a professora emérita Maria Yedda Linhares faleceu em 29/11, aos 90 anos. O enterro foi realizado nessa quarta-feira (30/11) no cemitério São João Batista, em Botafogo. A historiadora pertencia à antiga linhagem de pensadores que buscavam compreender o Brasil para transformá-lo. Nos últimos anos, passou a defender uma nova revolução na concepção da disciplina que abraçou.

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Brasil perde Maria Yedda Linhares

A UFRJ informa, com pesar, que a professora emérita Maria Yedda Linhares faleceu em 29/11, aos 90 anos. O enterro foi realizado nessa quarta-feira (30/11) no cemitério São João Batista, em Botafogo. A historiadora pertencia à antiga linhagem de pensadores que buscavam compreender o Brasil para transformá-lo. Nos últimos anos, passou a defender uma nova revolução na concepção da disciplina que abraçou.

Maria Yedda Linhares. Foto de Marco Fernandes.A UFRJ informa, com pesar, que a professora emérita Maria Yedda Linhares faleceu em 29/11, aos 90 anos. O enterro foi realizado nessa quarta-feira (30/11), no cemitério São João Batista, em Botafogo. A historiadora pertencia à antiga linhagem de pensadores que buscavam compreender o Brasil para transformá-lo. Nos últimos anos, passou a defender uma nova revolução na concepção da disciplina que abraçou.

Com o ardor de “cearense renitente”, como se classificava, Maria Yedda dizia que a história se faz com fontes, fatos e memória. E que o Brasil deveria ultrapassar os limites da abordagem exclusivamente política para construir uma história social e cultural.

A vocação para a pesquisa se manifestou aos 15 anos, ao vencer Darcy Ribeiro na disputa final de uma Maratona Intelectual Nacional – na categoria História Geral – promovida pelo Ministério da Educação. Desde então, teve brilhante e atribulada trajetória profissional.

Foi professora catedrática da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) da então Universidade do Brasil e escreveu inúmeros livros e artigos. A ditadura militar, no entanto, aposentou-a compulsoriamente pelo AI-5, em dezembro de 1968, quando já era professora titular de História Moderna e Contemporânea da UFRJ. No ano seguinte, depois de sair da prisão, exilou-se na França e passou a dar aulas na Universidade de Vincenne.

Na volta ao Brasil, em 1974, Yedda continuou sendo perseguida pela ditadura militar. Somente em 1980, depois de anistiada, conseguiu ser reintegrada à UFRJ. Nos anos seguintes, além de lecionar, também exerceu os cargos de secretária municipal e estadual de Educação do Rio de Janeiro.

Por achar que o Brasil tinha ficado “miúdo” e abdicado de um projeto nacional, vinha defendendo mudanças na formação de estudantes, docentes e nos programas de História – ideias expressas em entrevista concedida ao Jornal da UFRJ nº 40 , de dezembro de 2008.

Maria Yedda Linhares considerava ainda que os programas de História na universidade brasileira deveriam levar em conta as realidades locais. Achava também que o maior desafio seria encontrar os meios e as pessoas para compreender essas ideias e colocá-las em prática.

Até o fim da vida, portanto, foi coerente com a bandeira que empunhava entre  seus pares de que apenas o espírito crítico faz avançar o conhecimento.

A revista eletrônica do Laboratório de Estudos do Tempo Presente (Tempo – UFRJ) publicou em seu site um obituário escrito pelo professor Francisco Carlos Teixeira, do Instituto de História.