“Exclusão e Inclusão” foi o tema pautado da “33ª Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural” (Jicac). No quinto e último dia de apresentações, sexta (7/10), foi necessário que os ouvintes buscassem cadeiras extras na Escola de Comunicação da UFRJ para assistirem a sessão, já que estava lotada. Iniciada pontualmente, às 9h, pelo professor Carlos Américo, após apresentar os destaques da Jicac, a sessão, que contava com pesquisas de alunos de Serviço Social, Pedagogia e Psicologia, foi um dos destaques do evento.
Práticas lúdicas em escolas primárias geram bons resultados
Os estudantes da Faculdade de Educação (FE) Natalia Loureiro e Gabriel Bonassa, orientados pela professora Maria Vitoria Maia, compartilharam a pesquisa “O lúdico na escola Projeto Pesquisa”, elaborada pelo “Grupo criar e brincar”.
Eles atuaram em uma escola filantrópica na Zona Sul carioca, focando em crianças com condutas antissociais e com dificuldade de aprendizagem, todas por terem perdido algo ou alguém em sua trajetória de vida. Os pesquisadores mostraram como a integração entre bom ambiente, brincadeiras, aprendizagem e confiança podem gerar resultados no comportamento dessas crianças com dificuldade.
Orientada pela professora Angélica Bastos, a bolsista do CNPq e estudante do Instituto de Psicologia Carolina Moreira Ribeiro iniciou sua apresentação com base em Freud e Lacan. Os teóricos ajudaram a aluna a interpretar o objeto de pesquisa ou a adaptação de crianças autistas na escola. Em seguida, ela pôde clarear a teoria com o seu caso clínico, em que essas crianças necessitavam de objetos para encontrar uma forma de estar em sala de aula, muitas vezes brinquedos, como mediadores de laço social.
Outra abordagem foi a de Karina Riehl, da FE, orientada pelo professor Marcio Costa, chamada de “Local de residência e chances de escolarização no Rio de Janeiro”, que associa as diferenças na qualidade do ensino público ao espaço geográfico e às condições socioculturais nos quais a escola se encontra.
De acordo com a pesquisa, no Complexo da Penha há uma diferenciação na qualidade e no perfil dos estudantes que estão em escolas, por meio da distribuição de vagas dentro de uma favela, ou em comunidades próximas. Exemplo disto é que em uma escola dentro do Complexo do Alemão há mais estudantes negros, e em outra, a apenas 2km de distância, a maioria dos estudantes são brancos e recebem uma educação com qualidade superior à outra, além de comportar crianças que não residem nas favelas.