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Estudo analisa noites de sono de pacientes com epilepsia

Uma noite maldormida pode complicar o tratamento de pacientes com epilepsia, mas será essa a única causa do problema? E o que exatamente causa uma noite de sono ruim e quais são as implicações para os pacientes? Em estudo apresentado na “Jornada de Iniciação Científica, Artística e Cultural 2011”, os estudantes Igor Monteiro Pontes e André Amato Valois, do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC–UFRJ), apresentaram os resultados de suas pesquisas sobre um tema que possui pouca literatura a respeito.

Um dos assuntos abordados pelos estudantes foi a Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), que se configura por episódios repetitivos de obstrução completa da respiração durante o sono. Para entender o favorecimento ao desenvolvimento da síndrome, 98 pacientes não selecionados do INDC foram submetidos a questionários e análise corporal durante o período de um ano.

A partir de perguntas sobre ronco, hipertensão arterial e Sonolência Excessiva Diurna (SED),  sintoma de que há algum problema com o sono ou queixa quando não houve sono satisfatório, os estudantes chegaram a importantes resultados. Eles revelaram que 55,1% dos pacientes apresentam risco de desenvolver a síndrome, porém isso estaria muito mais relacionado a fatores como tabagismo, circunferência do pescoço, alto índice de massa corpórea, menopausa e ansiedade do que às variáveis da epilepsia. “Esses fatores foram mais importantes para o alto risco da apneia e tiveram relação estatisticamente significante com a SAOS, principalmente nos homens”, explicou Igor.

Sonolência Excessiva Diurna (SED)

Orientados pelas professoras Marleide da Mota Gomes e Monique Venturi, os estudantes aprofundaram-se no assunto e também analisaram a Sonolência Excessiva Diurna,  motivo de queixa de 47,5% dos pacientes. Segundo eles, apesar de também prejudicar a realização de atividades, a SED não deve ser confundida com a fadiga. “A fadiga é causada por uma atividade realizada pelo indivíduo, que descreve a incapacidade de continuar funcionando ao nível normal da capacidade pessoal”, afirma André.

Os pacientes foram submetidos a questionários que avaliavam a SED pessoal por meio da escala de sonolência de Epworth. A escala é o método pelo qual é calculada a probabilidade de cochilar em determinadas atividades durante o dia. Apesar de a má qualidade de sono interferir negativamente na qualidade de vida e atividades diárias, os resultados mostraram que as queixas da SED por parte de pacientes estavam relacionadas ao mau controle das crises epilépticas. Além disso, mesmo com a dificuldade de adormecer durante a noite e a tendência a adormecer durante o dia, concluiu-se que os pacientes não sofriam de grande privação de sono, dormindo em média 7,29 horas por noite, mais do que a maioria da população brasileira.