Aproximar o mundo científico de crianças e adolescentes. Esse é o objetivo da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, coordenada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) que, na edição deste ano, trouxe como tema “Mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de riscos”.
De acordo com a professora Selene Alves Maia, assessora especial da Pró-reitoria de Extensão (PR-5), a importância da escolha do tema para este ano ocorre pelo fato de ele “perpassar a universalidade, indissociabilidade e interdependência dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais pela decisão de se adotar um modelo pautado no desenvolvimento sustentável em suas múltiplas dimensões”.
Mais de dois mil jovens estiveram presentes no evento que, na UFRJ, aconteceu entre os dias 19 e 21 de outubro. A universidade preparou mais de 50 atividades na Cidade Universitária. A ideia é fazer a divulgação da ciência de forma lúdica para atrair os jovens, valorizar a criatividade, a atitude científica e a inovação. Além de estimular o debate sobre possíveis estratégias para enfrentar o desafio das mudanças climáticas e de prevenir riscos decorrentes de desastres naturais e de situações criadas pela ação humana.
Quem passou pelo evento pôde contar com exposições, oficinas, mostras de vídeo, teatro, espetáculos de dança, atividades esportivas, que mostraram a importância da integração do homem com a natureza e a necessidade de preservação dos recursos naturais.
O Maglev, trem de levitação magnética, e o ônibus movido a hidrogênio demonstram que é possível buscar soluções para meios de transporte a partir de energia limpa. Segundo a assessora da PR-5, “a proposta foi propiciar aos membros da comunidade um elenco de ações formativas com objetivo de difundir e compartilhar conhecimento, mas com uma característica adicional: não se pode propor modelos descolados ou desacoplados dos contextos e demandas político-sociais da população”.
Outro diferencial da realização do evento na UFRJ foi a aplicação do conceito da justa medida, que significa, de acordo com a assessora, o equilíbrio que o ser humano precisa ter com a natureza e citou o expoente da Teologia da Libertação no Brasil, Leonardo Boff: “A justa medida consiste na capacidade de usar potencialidades naturais, sociais e pessoais de tal forma que elas possam durar o mais possível e possam, sem perda, se reproduzir. Esse propósito é alcançado quando se estabelecer moderação e equilíbrio entre o mais e o menos. A justa medida pressupõe realismo, quer dizer, aceitação humilde dos limites e aproveitamento inteligente das possibilidades e oportunidades. É este equilíbrio que garante a sustentabilidade de todos os fenômenos e dos processos, da Terra, das sociedades e da vida das pessoas”, finaliza.