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Arte e expressão em debate na Jicac

Trabalhos sobre expressão artística foram apresentados na última quarta-feira (5/10), durante a “33ª Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural” (Jicac-2011). Estudos sobre Música, Artes Circenses e Cultura do século XX foram analisados por graduandos de cursos da área de Ciências Humanas, no prédio anexo da Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ.

Jaqueline Neves, Ana Clara Ribeiro e Thássia Veríssimo analisaram o movimento seresteiro em Conservatória, no município de Valença (RJ). Na pesquisa “Música e desenvolvimento local – estudos de caso do Circuito da Seresta de Conservatória (RJ)”, realizada através de registros em artigos e vídeos, as estudantes investigaram como a música consegue movimentar a economia da cidade. Com um forte turismo ecológico, majoritário da terceira idade, o local conta com um festival de cinema e música, alavancados pela fama dos seresteiros por suas ruas antigas, desde os anos 1950.

Segundo Micael Herschmann, professor da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ e orientador da pesquisa, há um impasse no desenvolvimento da cultura musical na cidade. “O discurso oficial quer a profissionalização musical dos seresteiros, mas tem a vertente daqueles que desejam permanecer no amadorismo, conservando a cultura de Conservatória”, analisou o docente.

Dois outros estudos tiveram como foco o circo. Natássia Veloso, do curso de Direção Teatral, vinculado à ECO-UFRJ, analisou as diferentes formas de criação do “clown” (palhaço). De acordo com a estudante, há diferentes análises sobre a formação do palhaço. “Alguns estudam a criação a partir do próprio ridículo pessoal e outros, como um personagem sem subjetividades”, afirmou a pesquisadora.

Já Bárbara dos Santos, aluna do curso de História, discutiu a consolidação da prática circense no Brasil, com o surgimento das escolas nos anos 1970, em São Paulo. “Quando os artistas começaram a dar a seus filhos uma educação formal e fixa, a mobilidade do circo começou a declinar, dando origem às escolas circenses”, concluiu a estudante.