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Pesquisador suíço mostra estudo sobre subjetividade humana

A UFRJ recebeu na última sexta (30/9) a presença do pesquisador suíço Philippe Rochat, que atua na Emory University, nos Estados Unidos. A participação internacional faz parte da programação do “1º Simpósio e WorkShop de identificação e intervenção precoce nas psicoses”. O encontro foi realizado pelo Instituto de Psiquiatria (Ipub-UFRJ).

O terceiro dia do evento, que terminou dia 1º de outubro, foi marcado pela apresentação do seminário “A Qualidade de Ser Meu – da experiência e do pensamento nos estágios iniciais de desenvolvimento”, ministrado por Rochat. De acordo com o pesquisador, esta é uma oportunidade de lidar com questões da subjetividade.

Para o suíço, a questão central é discutir o “eu” em termos abrangentes. “Estou aqui para falar da origem da autoconsciência e o que significa ter uma experiência humana”, ressaltou. O pesquisador explicou a diferença entre a espécie humana e os outros animais. “Nós evoluímos e desenvolvemos tipos muito especiais de autoconsciência particularmente integrando a consciência do outro à nossa”.

Rochat comprovou sua tese por meio de vídeos e imagens dos estudos que realizou com bebês e crianças pequenas. “A experiência de sentimento provavelmente surgiu muito cedo; há equipamentos que mostram que fetos podem aprender e sentir”, disse.

A possibilidade de estudar e interpretar a subjetividade humana de formas surpreendentes é a força motriz das pesquisas de Rochat. O senso comum da psiquiatria é colocado em questão ao se constatar, por exemplo, que bebês recém-nascidos não são colocados em choque com o mundo ao nascer.

“É um processo de desenvolvimento que começa desde o útero, e vai avançando conforme a idade. A percepção está envolvida e muda de acordo com a situação. Vale ressaltar que bebês esperam respostas sociais e estranham as situações que não seguem a linha já padronizada”, finalizou.