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Socine debate gêneros cinematográficos

O “15º Encontro Internacional da Sociedade Brasileira de Estudos do Cinema” (Socine) apresentou seminários temáticos, abertos para o debate. Nos dias 22 e 23 de setembro, os gêneros cinematográficos foram colocados em questão pelo intermédio da fala de pesquisadores e especialistas.

Inácio Araújo, crítico de cinema do jornal Folha de São Paulo, falou, na última quarta-feira, sobre as tendências, práticas e transformações do gênero no cinema brasileiro. “O gênero se porta como um auxílio, principalmente para a crítica”, ressaltou.

Para ele, “aqui no Brasil temos um paradoxo. Certos filmes apresentam cinco milhões de telespectadores, enquanto outros apenas três mil”. E explicou: “Deve-se entender que a disparidade vem da forma de recepção”.

Na quinta-feira, em sequência às mesas de discussão, Laura Cánepa, pesquisadora do terror no cinema, iniciou sua fala sobre a temática espírita no cinema brasileiro. “Há uma nova onda de filmes espíritas. Não se sabe se vai durar ou até se transformar em um novo gênero”, ponderou.

A pesquisadora acrescentou que atualmente os filmes espíritas têm o intuito de fortalecer a fé dos seguidores e colocar o público em contato com o universo sagrado. Diferente das primeiras produções desse gênero, alguns assustadores e outros com tendência hollywoodiana.

A última mesa da manhã ficou por conta de Luiz Paulo Gomes Neves, pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF). O objeto de análise de Neves é a pornochanchada como gênero. Trata-se de produção brasileira comercial, iniciada a partir da década de 60.

“O objetivo do estudo é pensar nas práticas discursivas que os diversos agentes que nomearam a pornochanchada estavam utilizando”, finalizou.

O público presente pôde vivenciar o encontro por meio da apresentação de perspectivas e abordagens diferentes sobre o gênero. A participação dos presentes no debate, manifestando opiniões e posições pessoais, agregou conhecimento e pluralidade de ideias ao evento.