Os alunos da Escola de Comunicação (ECO) tiveram a oportunidade de ouvir, na última quinta-feira (15/9), o cantor, ator e fotógrafo Paulinho Moska. Ele foi convidado pelo professor de radiojornalismo Fernando Mansur para falar sobre o processo criativo de suas músicas. Moska é apresentador do programa Zumbido, transmitido pelo Canal Brasil e pela rádio MPB FM.
A palestra aconteceu no auditório do Centro de Produção Multimídia (CPM), às 11h, momento em que o músico aproveitou para falar do cotidiano. Disse que se considera mais um “compositor da vida” do que de música, como a mídia o classifica. Afirmou ser contra a pirataria porque precisa sustentar sua família, mas vê a música como algo que deva ser livre: “Adoraria dar minha música de graça, mas é disso que eu vivo”.
Moska declara nunca ter se interessado pelo estudo acadêmico, mas sempre esteve atento às pessoas e ao modo como elas se expressam. “Eu sou um vagabundo que deu certo. Isso me tornou um artista, um cara que se ligava em outras coisas, como se expressar”, afirma. Desligando-se dos rótulos profissionais dados a ele pela mídia, explica: “Cada vez mais eu me ligo nas pessoas, eu me ligo à vida. Por isso que eu falei da ‘composição da vida’”.
Para o músico, a arte é a união entre vida e liberdade, tudo ligado em movimento no tempo. Vida é igual à arte livre, arte é vida livre e a liberdade significa vida e arte: “Por isso que eu não tinha muita vontade de estudar. Eu não era vagabundo, porque queria ser a fotografia, ser o teatro. Eu queria ser. Isso não é ruim: é sua potência”. Diz ser na madrugada, durante o período do sono que chama de “vigília”, o momento em que consegue produzir melhor.
Sobre o programa que apresenta, afirma serem encontros musicais no contexto comercial da mídia, mas que fica satisfeito quando alcança o lado humano e poético dos participantes. “Quero que o artista saia daqui pensando: ‘Cara, que tarde maravilhosa! Isso não foi um programa de televisão.’”, afirma.
O estudante do 5º período de Jornalismo da ECO, André Mariz, pesquisador de samba e carnaval, considera ser interessante a visão de Paulinho Moska sobre a vida com arte. “Uma visão que pode ser excêntrica, mas que, se pararmos para pensar, faz todo o sentido”, conclui.