“Bandejão no Fundão; na Praia Vermelha, por que não?”. Questionam representantes dos Centros Acadêmicos das unidades da Praia Vermelha, em conjunto com o DCE Mario Prata. Eles se manifestam por um restaurante universitário para o campus, nesta terça-feira (6/9). O ato consiste em um “almoção”, com o cardápio composto do tradicional macarrão com salsicha, para simular o dia em que não seja necessário gastar por volta de dez reais para se almoçar.
A comoção teve início no final de agosto, quando o restaurante privado que se localizava no Campo de Futebol da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), mais conhecido como “campinho”, desocupou o espaço. Dessa forma, os alunos perceberam que ali havia um lugar já construído com potencial para alojar o sonhado bandejão universitário.
A maior reclamação dos estudantes é a dos preços inacessíveis que o campus, localizado em plena zona sul do Rio de Janeiro, oferece. “É preciso que se possa almoçar com um preço acessível aos alunos”, diz o professor da Escola de Serviço Social, Mauro Iasi. Segundo uma representante do Centro Acadêmico de Psicologia (CAFS), Luiza Sader, que almoça frequentemente nos restaurantes privados do campus, “é um absurdo pagar dez reais para almoçar; tem que ter, além do bandejão, uma política de assistência estudantil aqui dentro”. Segundo ela, um restaurante universitário na Praia Vermelha garantiria a permanência, durante toda a graduação, de alunos oriundos de classe social menos favorecida.
A UFRJ atualmente possui bandejões somente na Ilha do Fundão, onde a maior parte das verbas para a universidade são alocadas. Esta manifestação é também para chamar a atenção pela falta de estrutura dos cursos localizados fora da cidade universitária. “Não estamos no Fundão, mas também fazemos parte da Universidade”, pontua Luciana Guedes, aluna e representante do Centro Acadêmico da Escola de Comunicação (ECO-UFRJ).
O barulho que começou às 11h da manhã, quando os manifestantes se reuniram e convocaram toda a comunidade do campus, incluindo professores e funcionários, para almoçar junto. O ato promete boa comida, com a ajuda dos alunos de Nutrição, e muito barulho, já que seus microfones são a própria panela na mão.