Categorias
Memória

Professora da Universidade de Artes de Berlim fala sobre intercâmbio

Na última quinta-feira (09/06), o Auditório da Central de Produção Multimídia (CPM), da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, recebeu a professora Sylvia Wächter, da Berlin University of the Arts (Universidade de Arte de Berlim). A docente falou sobre o intercâmbio acadêmico entre a UFRJ e a universidade alemã, abordando os tópicos principais de sua pesquisa sobre comunicação intercultural.

Pela primeira vez no Brasil, Sylvia Wächter apresentou a estrutura da Berlin University of the Arts, que conta com quatro faculdades (Artes, Arquitetura, Mídia e Design, Música e Artes Performáticas), e cerca de 4.500 alunos. A universidade, com mais de 300 anos de existência, recebe cerca de 840 intercambistas por ano e tem mais de 130 parceiras internacionais. A UFRJ é uma dessas instituições que tem contrato com a Berlin University of the Arts.

Dentro do departamento de Comunicação, em contextos social e econômico (communication in Social and Economic Contexts), do qual a professora Sylvia Wächter faz parte, há quatro áreas distintas: Ciência da Comunicação e Mídia (voltado para parte teórica); Plano Estratégico (com foco em Marketing e afins); Comunicação Verbal (Publicidade e Mídias em geral) e Comunicação Audiovisual (produção e gravação de filmes). O curso de graduação (bachelor) tem duração de três anos e, ao final, há a realização de um projeto de Comunicação, ligado a empresas ou ONGs, além da produção de uma monografia de graduação (bachelor thesis). A professora destacou os atrativos da capital alemã para os estudantes estrangeiros. “Berlim é uma ótima cidade para viver. Comparada com outras da Europa, ela é mais barata para morar. Ideal para estudantes”, afirmou a docente.

Comunicação Intercultural

Sylvia abordou ainda alguns pontos sobre sua pesquisa sobre Comunicação Intercultural. A professora falou ainda sobre a estrutura textual e o modo simbólico que cada país tem para representar sua cultura. Para exemplificar sua argumentação, a docente comparou símbolos iguais e os seus respectivos efeitos em sociedades distintas. Nos países ocidentais, a coruja é uma figura que representa sabedoria, porém para os indianos ela é símbolo de má sorte. Já no caso do tigre, a visão ocidental o caracteriza como poderoso e imponente, contudo para os tailandeses esse animal representa o medo. Enquanto a cegonha é vista como figura que ilustra gravidez no mundo ocidental, para quem mora em Cingapura a ave é símbolo de morte materna pós-parto.  

A pesquisadora também abordou a questão da comunicação direta e indireta entre algumas sociedades. Segundo o estudo, países como Alemanha, Suíça e a região nórdica da Europa são extremamente explícitos quando se comunicam com alguém, estabelecem uma relação verbal direta. No extremo oposto, estão o Japão, a China e a Arábia Saudita. Nesses locais, a comunicação tem mais componentes não verbais e na maioria das vezes, é repleta de significados distintos.“Se na Alemanha há um comentário como ‘nossa, como sua filha toca bem piano’, isto é visto como um elogio. Já no Japão, é encarado como ‘por favor, feche as janelas porque sua filha está fazendo muito barulho’”, comparou.

Mais informações sobre o programa de intercâmbio entre UFRJ e a Berlin University of the Arts podem ser obtidas pelo site do Setor de Convênios e Relações Internacionais (Scri).