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Especialistas falam sobre cultura e hibridismo no Estado Global

A segunda mesa de debates do Colóquio Internacional Fronteiras e Diversidades Culturais no século XXI: Desafios para o reconhecimento no Estado Global, realizado na última quarta (01/06), no Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ, recebeu convidados nacionais e internacionais. Com a mediação de Ademir Pacelli, diretor do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), as professoras Maria Cristina Poli e Rita Maria Manso, ambas do Instituto de Psicologia da Uerj e Maria Isabel de Almeida, do Centro de Estudos Sociais Aplicados/Universidade Cândido Mendes, participaram do encontro ao lado de Félix Mizé Seke, da Faculdade de Letras e Ciências Sociais/Universidade Agostinho Neto, Angola; e e Jean-Philippe Pierron, da Université Jean Moulin, Lyon3, França.

O tema Identidade, Hibridismo e Território foi abordado sob diversas perspectivas pelos professores e pesquisadores. O surgimento de uma geração “multitarefa”, que não gera especialistas, mas profissionais abertos a novas possibilidades foi colocado pela professora Maria Isabel, que estuda o funcionamento da criatividade contemporânea desde 2008. Ela explicou a nova geração através do comportamento do “aprender fazendo”, um aprendizado ininterrupto e simultâneo à formação profissional, o que ela exemplifica através de expressões como “fulano ‘virou’ músico, ou ‘virou’ DJ”. “No Brasil, o fantasma da insegurança e da instabilidade financeira ainda impulsiona o desejo de estabilidade, procurada principalmente através dos cargos públicos”, afirma. O hibridismo então, segundo ela, está na concomitância entre o emprego estável e o fazer criativo, onde o desafio é extrair prazer do que se faz e ganhar dinheiro com isso.

Chamando a atenção para o fato de estar diante de uma platéia com representantes de vários países, e falando sobre diversidades culturais, o professor Félix Mizé apresentou o estudo sobre os ritos de passagem e iniciação entre povos africanos. Apesar da discussão acerca dessa tradição, que muitas vezes acaba por recriminar atos como a circuncisão de crianças, o professor da Universidade Agostinho Neto apresentou a mudança de estado social que até hoje se dá através destas tradições. Segundo ele, os rituais de passagem são resultados da observação da natureza e sua dinâmica. Da mesma forma que as estações mudam, “na vida há momentos de transição, que formam novos valores, em novas fases da vida”, de acordo com o pesquisador.

Hip Hop e a não-violência contra a mulher

O evento recebeu também, na mesma tarde, o MC Slow, que apresentou o rap O que você faz. A música faz parte de um CD com composições de MCs do movimento hip hop que têm como objetivo alertar a sociedade, em especial os jovens, sobre o grave problema da violência contra as mulheres. O projeto foi realizado em 2010 pela Rede de Desenvolvimento Humano (REDEH), com apoio do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas Para a Mulher (UNIFEM).

Evento

O Colóquio Internacional é resultado da parceria entre o Programa Eicos de Pós-Graduação em Psicossociologia e Ecologia Social, do Instituto de Psicologia (IP) da UFRJ e a Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). As atividades continuam até esta sexta-feira (03/06), no Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, que fica no andar térreo do prédio do CFCH-UFRJ. O endereço é Avenida Pasteur, 250, Urca. A entrada é franca.