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Mesa redonda discute os impactos da globalização na cultura das comunidades

Na última quarta-feira (01/06), para o encerramento do primeiro dia do Colóquio Internacional Fronteiras e diversidades culturais no século XXI: desafios para o reconhecimento no estado global, promovido pelo Programa Eicos de Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social, do Instituto de Psicologia (IP) da UFRJ, em parceria com o Programa de Pós-graduação em Psicologia Social (PPGPS) da Uerj, realizou-se a mesa redonda Dimensões culturais da globalização.

No auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), estiveram presentes a professora titular do PPGPS-Uerj Regina Andrade e o coordenador do Master International Management Marx Valax, da Université de Pau et des Pay de L’Adour, contando respectivamente suas experiências de pesquisa no Centro Cultural Cartola com jovens do Morro da Mangueira e em Cuba com a população que trabalha diretamente com um grande fluxo de turistas estrangeiros.

Mangueira e Cuba

Regina Andrade afirma que é a partir de 1989, com a terceira fase da globalização, que se tornou possível associar o fenômeno a questões de territorialidade e alteridade. Fazendo uma ponte entre a pesquisa universitária e a comunidade, o trabalho do Centro Cultural Cartola, junto com a Uerj, tem por objetivo fazer com que as crianças e jovens da Mangueira tenham um maior contato com a cultura local e com suas raízes. Produzindo principalmente música como forma de “valorização da cultura na Mangueira”, no Centro, predomina a produção de samba e música nordestina, região originária dos pais de muitos jovens da comunidade.

Já o pesquisador Marx Valax foi à Cuba com a intenção de compreender como uma sociedade supostamente pobre e atrasada consegue gerir um grande afluxo de turistas de países mais desenvolvidos socialmente. “Cuba está se abrindo para o mundo e temos de levar isso em conta”, disse Valax. A partir da análise de questionários de dois mil cubanos, Valax pretendeu “oferecer modelo de pilotagem para dar à sociedade cubana uma melhor gestão de seus recursos humanos”, no paradoxo entre uma sociedade pobre e o dia-a-dia com ricos estrangeiros.

Com um salário mínimo de apenas doze dólares por mês, funcionários dos hotéis onde Valax esteve chegaram ao ponto de roubar suas portas para vendê-las no mercado paralelo, para complementar o salário. “Pesquisei em um grande hotel e em um pequeno, para ver as diferenças e saber como lidar com os recursos humanos para trabalhar melhor a gestão”, relatou. Valax disse também que Cuba recebe muitos impactos da globalização, ainda que sofra com o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos desde a década de 1960, refletindo principalmente no turismo.

O colóquio internacional vai até sexta-feira (03/06), no Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, no campus da UFRJ na Praia Vermelha. O endereço é Avenida Pasteur, 250.