Diretores e decanos das unidades sediadas no campus da UFRJ na Praia Vermelha estiveram reunidos nesta segunda (23/05) para discutir pontos comuns. Acontecimentos recentes, como o incêndio no Palácio Universitário e o desabamento do prédio da Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ foram os mais citados. No entanto, também foram lembradas questões como a instalação de restaurantes universitários, estacionamento e a utilização das áreas outrora ocupadas pelos extintos Canecão e Bingo Botafogo.
A reunião teve como ponto de partida uma carta redigida pelo professor Marcelo Correa e Castro, decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ sobre o espaço do campus. A ideia é compor um grupo de trabalho que elaborará propostas, no médio e longo prazo, a serem apresentadas ao professor Carlos Antônio Levi da Conceição, futuro reitor da UFRJ no quadriênio 2011-2015.
A professora Maria Lúcia Werneck, decana do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) da UFRJ, defendeu as intervenções realizadas pela atual Reitoria no Palácio Universitário, rechaçando a ideia de “abandono” do campus. “O atual Plano Diretor tem uma proposta para o Palácio Universitário e para toda a Praia Vermelha. Acredito que o documento é válido, no sentido de discutir a UFRJ como um todo e não isoladamente”, opinou.
Marcos Jardim, diretor do Instituto de Psicologia (IP) da UFRJ, critica o que denominou “falta de planejamento a longo prazo na universidade”. De acordo com Jardim, os colegiados superiores “pensam a rotina, não o futuro da UFRJ”. O diretor do IP-UFRJ defendeu a instalação de “bandejões” na Praia Vermelha. “Nossos alunos precisam de uma política de assistência estudantil eficiente, que contemple, entre outras coisas, a alimentação”, enfatizou.
A criação de espaços para restaurantes universitários no campus também foi defendido por Lilia Pouggy, decana em exercício do CFCH-UFRJ. Segundo a professor da ESS-UFRJ, o debate se insere no contexto do Plano Diretor UFRJ 2020 e do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), implementado pela atual Administração Central. “O Plano Diretor menciona este campus e é neste contexto que devemos trabalhar. Queremos vocalizar as demandas da Praia Vermelha. Afinal, nós somos sujeitos dentro desta universidade”, argumentou.
Palácio Universitário
João Sabóia, diretor do Instituto de Economia (IE) da UFRJ, demonstrou preocupação com o estado de conservação da piscina do campus. De acordo com ele, cinco funcionários da unidade foram contaminados com o vírus da dengue e as suspeitas recaem sobre o local, supostamente foco de vetores de transmissão. Maria Lúcia Werneck informou que laudos da Vigilância Sanitária rejeitaram a possibilidade de que o mesmo se trate de um foco da doença. No entanto, a decana do CCJE-UFRJ afirmou que comunicará as autoridades de Saúde do Município que façam uma investigação sobre as possíveis causas da contaminação.
Outra preocupação do diretor do IE-UFRJ é a construção do castelo d´água que substituirá a caixa d´água, danificada no incêndio no Palácio Universitário. Sabóia manifestou receio de que a obra, prevista para durar até 60 dias, a contar do início de abril, se estenda por mais tempo. Mais uma vez, Maria Lúcia Werneck esclareceu que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já deu o “sinal verde” para a instalação do castelo d´água. “É a solução mais rápida. Vai demorar uns dois ou três meses, mas ela sairá”, garantiu a decana.
Próxima reunião
Os dirigentes se reunião novamente, no dia 13 de junho, para tratar da composição do grupo de trabalho – que deve ser composto por representantes dos três centros que possuem unidades no campus da Praia Vermelha (CFCH, CCJE e CCS) e da Administração Central – bem como dos pontos a serem contemplados no documento final a ser entregue ao futuro reitor.