O reitor Aloisio Teixeira divulgou, neste domingo (03/04), nota oficial sobre a volta das atividades no Palácio Universitário da Praia Vermelha. De acordo com a missiva, as atividades acadêmicas dos cursos localizados no Palácio Universitário devem voltar à normalidade nesta terça (05/04).

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Atividades acadêmicas devem retornar nesta terça

O reitor Aloisio Teixeira divulgou, neste domingo (03/04), nota oficial sobre a volta das atividades no Palácio Universitário da Praia Vermelha. De acordo com a missiva, as atividades acadêmicas dos cursos localizados no Palácio Universitário devem voltar à normalidade nesta terça (05/04).

O reitor Aloisio Teixeira divulgou, neste domingo (03/04), nota oficial sobre a volta das atividades no Palácio Universitário da Praia Vermelha. De acordo com a missiva, as atividades acadêmicas dos cursos localizados no Palácio Universitário devem voltar à normalidade nesta terça (05/04). As atividades administrativas funcionam normalmente nesta segunda (04/04).

A nota relata que, após realizar vistorias no prédio, técnicos da Defesa Civil e do Escritório Técnico da Universidade (ETU), "verificou-se a existência de uma fenda no fundo da caixa d`água e uma trinca na viga de suporte, provavelmente devido ao calor das chamas", o que inviabiliza a utilização dos banheiros do local.

Para que seja possível o regresso dos estudantes na data prevista, serão instalados "containeres hidráulicos em local próximo possível às entradas do Palácio e junto às redes hidrossanitárias existentes em seu entorno". A medida visa a atender as seguintes unidades: Escola de Comunicação (ECO), Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (Facc), Instituto de Economia (IE), Faculdade de Educação (FE), Fórum de Ciência e Cultura (FCC) e do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIbi).

A Reitoria busca medidas para que o fornecimento de água volte à normalidade, como "a construção de um castelo de água, a ser erguido nos fundos do Palácio, com a supervisão e acompanhamento do Iphan, o que permitirá o fornecimento de água para o Palácio", com prazo de 30 a 60 dias. Além disso, serão realizadas, pelo Programa de Engenharia Civil da Coppe, pelo Programa de Engenharia Civil da COPPE, "uma avaliação estrutural de toda a área afetada pelo incêndio e a contratação emergencial de empresa para execução de uma sobrecobertura em toda a área afetada, a fim de não expor a parte da edificação sem telhado e garantir a segurança estrutural na execução da restauração do telhado e da Capela consumidos pelo fogo."

Por fim, o reitor afirma ainda que, "com a solidariedade da população, da sociedade e das autoridades públicas", já é possível garantir recursos para a reconstrução e restauração do telhado da Capela. "A lição a retirar desse triste episódio consiste em realizar um esforço para a restauração completa e integral do Palácio Universitário, permitindo que seja recuperada a dignidade da construção imperial e criadas condições para que as atividades que ali se desenvolvam despertem o orgulho de toda a nossa comunidade."

Estacionamentos

Neste domingo, um novo foco de incêndio no Auditório Anísio Teixeira, no primeiro andar da ala central do Palácio, trouxe de volta os bombeiros ao campus da Praia Vermelha. Apesar de o fogo ter sido controlado, os estacionamentos no entorno do Palácio (Fundação José Bonifácio – FUJB, Fórum de Ciência e Cultura, entre outros) serão interditados.

Leia abaixo a nota oficial do reitor Aloisio Teixeira, na íntegra:

NOTA DA REITORIA DA UFRJ
Domingo, 3 de abril de 2011
 
À COMUNIDADE ACADÊMICA DA UFRJ
AOS USUÁRIOS DO PALÁCIO DA PRAIA VERMELHA
— COMUNICADO DA REITORIA —
 
Em virtude do acidente que consumiu a Capela São Pedro de Alcântara na tarde de segunda-feira, dia 28 de março, o Campus da Praia Vermelha teve seu funcionamento comprometido ao longo de toda a semana. Em consequência, as aulas nas unidades que funcionam no Palácio Universitário foram suspensas, tendo sido estabelecida inicialmente a data de 4 de abril, segunda-feira, para a reabertura do Palácio.

A intensidade do incêndio pode ser constatada pelo fato de que ainda no sábado, dia 2 de abril, os bombeiros tiveram de comparecer ao local para nova intervenção, uma vez que uma coluna de fumaça havia-se formado, a indicar a possível existência de um foco de incêndio.

A interdição completa do Palácio foi determinada pela Defesa Civil, desde o primeiro momento e até que fossem verificadas as condições do prédio. O laudo da Defesa Civil veio à luz na quarta-feira, dia 30 de março, autorizando o acesso às duas alas laterais do Palácio e mantendo a interdição de toda a ala central, em torno da Capela, para os necessários trabalhos de rescaldo pelo Corpo de Bombeiros. Para cumprimento dessa determinação, foi estabelecido um perímetro de segurança, do portão principal da Avenida Pasteur até o final da piscina. Os dois corredores laterais ao longo da Capela foram considerados áreas de circulação restrita e controlada, para que fossem realizados os trabalhos de recuperação de arquivos e materiais, em sua maioria inundados pela água.

A Capela São Pedro de Alcântara, consumida pelo fogo, ainda fumegava na quinta-feira, e nela nem os bombeiros podiam circular com segurança, pois seu piso, suportando todo o peso de seu teto e telhado, apresentava risco de colapso e desabamento.

Com a liberação da Defesa Civil, foi possível reestabelecer os circuitos elétricos na manhã do dia 31 de março, quinta-feira. Restava ainda colocar em funcionamento a instalação hidráulica, que tivera seu ramal principal de distribuição calcinado pelo fogo.

Verificadas a cisterna e a caixa d`água principal, localizada logo abaixo do telhado da Capela, iniciaram-se os trabalhos de rescaldo e limpeza para verificação de sua estabilidade estrutural; vale lembrar que a caixa d`água principal suporta 32 toneladas de água. O bombeamento de água para realização do teste hidrostático foi iniciado, para que se pudesse verificar a estanqueidade do reservatório,  programando-se a limpeza da cisterna para o final de semana, com vistas ao restabelecimento do funcionamento pleno na segunda-feira, data aprazada.

No entanto, na manhã do dia 1 de abril, sexta-feira, verificou-se a existência de uma fenda no fundo da caixa d`água e uma trinca na sua viga de suporte, provavelmente devido ao calor das chamas. Tais fatos — que poderiam causar a ruptura e colapso estrutural da caixa d`água, correndo o risco de carrear o restante das paredes laterais da capela com o peso da coluna d`água nelas apoiada — mostravam a inviabilidade tanto de sua recuperação quanto da utilização das instalações hidráulicas em seu conjunto. Com isso, todos os trabalhos de rescaldo de material aproveitável, esvaziamento dos corredores, limpeza da caixa d`água e substituição da tubulação calcinada foram suspensos, e, por medida de segurança, a ala central do prédio foi evacuada e interditada à circulação de qualquer pessoa.

Nesse momento, com as medidas de segurança necessárias tomadas e o trabalho do Corpo de Bombeiros realizado, podemos estabelecer novo cronograma para a retomada das atividades acadêmicas no Palácio da Praia Vermelha.

Com exceção da ala central (Capela e seu entorno), que permanecerão interditadas, as demais alas onde se concentram as atividades acadêmicas e administrativas das unidades sediadas no Palácio e dos órgãos da administração central da Universidade, voltarão a ser abertas na segunda-feira, dia 4 de abril, para que o pessoal administrativo e docente possa entrar e preparar a retomada das aulas, que deverá ocorrer na terça-feira, dia 5 de abril.

Como continuaremos sem água nos próximos dias, para permitir o funcionamento a partir dessa data, estarão sendo instalados containeres hidráulicos em local próximo possível às entradas do Palácio e junto às redes hidrossanitárias existentes em seu entorno. Sabemos do transtorno que isso significa, mas contamos com o apoio de estudantes, servidores técnico-administrativos e docentes das unidades próximas, conscientes e solidários que estão no esforço de reconstrução das partes do Palácio destruídas pelo incêndio.

A volta à normalidade, em padrões semelhantes aos existentes até o início da tragédia que nos atingiu, dar-se-á com a construção de um castelo d`água,  a ser erguido nos fundos do Palácio, com a supervisão e acompanhamento do IPHAN, o que permitirá o fornecimento de água para o Palácio. O prazo para isso será de 30 a 60 dias — período em que também serão revistas e higienizadas as instalações hidráulicas do Palácio, para que possam voltar a funcionar com segurança.

Outras medidas já determinadas são a realização, pelo Programa de Engenharia Civil da COPPE, de uma avaliação estrutural de toda a área afetada pelo incêndio e a contratação emergencial de empresa para execução de uma sobrecobertura em toda a área afetada, a fim de não expor a parte da edificação sem telhado e garantir a segurança estrutural na execução da restauração do telhado e da Capela consumido pelo fogo.
O desafio que se coloca para a UFRJ não se esgota, no entanto, no retorno à normalidade tal como existia, nem mesmo na reconstrução e restauração do telhado e da Capela. Para isso, inclusive, já podemos afirmar que a solidariedade da população, da sociedade e das autoridades públicas — Prefeitura, Governo do Estado, Governo Federal, empresas e bancos públicos — já nos garante os recursos necessários.

A lição a retirar desse triste episódio consiste em realizar um esforço para a restauração completa e integral do Palácio Universitário, permitindo que sejam recuperada a dignidade da construção imperial e criadas condições para que as atividades que ali se desenvolvam despertem o orgulho de toda nossa comunidade. A UFRJ está convocando a sociedade para que juntos possamos atingir esse objetivo.

Contamos com a compreensão de todos para enfrentar esse desafio e vencê-lo. A história da Universidade, que já superou obstáculos maiores em seus 90 anos, é a garantia firme de que o conseguiremos.
 
Saudações universitárias.
Aloisio Teixeira
Reitor
 
COMPLEMENTO: Depois que escrevi a nota e a enviei para divulgação, um novo foco de incêndio surgiu hoje (domingo) no Auditório Anísio Teixeira, e os bombeiros foram mais uma vez chamados a intervir. O cronograma estabelecido está mantido, mas os estacionamentos em torno do Palácio estarão interditados (estacionamentos da FUJB, Fórum e os que se situam imediatamente atrás do Palácio).
 
Saudações, Aloísio Teixeira.