O Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), sediou, na última quinta (24/03), o I Seminário Sobre Internacionalização: a UFRJ e Sua Inserção Internacional. O evento suscitou debates sobre o futuro das atividades de cooperação internacional na UFRJ.
Durante a tarde, o tema principal foi o processo de internacionalização das universidades brasileiras. Liane Hentschke, secretária de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenadora da Comissão de Relações Internacionais da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), abriu o debate. Liane abordou as políticas de internacionalização das universidades públicas, apontando problemas como a falta de apoio institucional e o não reconhecimento da importância da internacionalização.
A coordenadora da Andifes alertou para o fato de, atualmente, haver mais alunos indo estudar no exterior estudar do que estudantes chegando ao Brasil. Liane afirma ser fundamental a formação do profissional globalizado, assim como a qualificação institucional para promover a integração entre os povos. Para minimizar os problemas que envolvem a questão, a coordenadora sugere que repensemos a universidade como uma instituição global no e do mundo, vencendo barreiras como equivalência de disciplinas e aulas em outros idiomas. “Sobretudo, é fundamental compreendermos que o ensino e a aprendizagem em diferentes culturas acontecem de forma diferenciada”, afirmou.
Leonardo Valente, professor do curso de Relações Internacionais da UFRJ, tratou da importância da universidade na internacionalização do Brasil, enfocando a necessidade dessa atividade para o país. O docente defendeu que a internacionalização brasileira entrou em fase de difícil reversão, à medida que o Brasil se insere no processo de globalização e ganha projeção no cenário mundial. Valente atentou ainda para a experiência de vida, além da acadêmica, que a internacionalização das universidades permite. “Os docentes e discentes que vem para o Brasil passam um certo tempo na universidade, mas passam o resto do tempo aprendendo nossa língua, cultura e hábitos. Eles não aprendem apenas quando estão na universidade, aprendem em 100% do seu tempo”, comentou.
O professor de Relações Internacionais ressaltou a necessidade de estrangeiros virem ao Brasil conhecer melhor o país, quebrando clichês negativos, o que faz parte de um projeto de inserção simbólica midiática que visa enriquecer a imagem brasileira no cenário mundial. “Desta forma, a internacionalização das universidades está inserida em um propósito maior, o que torna fundamental a ampliação à recepção de estrangeiros, melhorando, para isso, a infraestrutura do setor”, concluiu.