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Refluxo gastro-esofágico e a disfagia são temas de debate

 Mais conhecida como azia, ou queimação, a doença do Refluxo Gastro-Esofágico (DRGE),  é um mal de difícil detecção. Muitas vezes ignorada, por ter sintomas considerados “comuns”, a DRGE pode se agravar, causando graves lesões no esôfago e até mesmo acarretar em problemas estomacais.

Para tratar dessa questão, o Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFRJ) promoveu na última sexta-feira (25/03), o Colóquio Multidisciplinar de deglutição e disfagia do Rio de Janeiro.  Na ocasião, diversos temas e pontos de vista relacionados ao tema foram abordados por diferentes professores, como Roberto Dantas, da Universidade de São Paulo (USP), que falou sobre as adaptações no corpo humano causadas pelo envelhecimento, como a perda de agilidade e flexibilidade. Tal fato, pode levar à disfagia, ou seja, dificuldade na glutição.

Outro ponto interessante do colóquio foi a palestra de abertura, feita pela professora Denise Nicaretta, do Centro de Ciências da Saúde  (CCS) da Universidade Gama Filho, que discorreu sobre as relações entre a Doença de Parkinson e a disfagia que são o excesso de saliva, ou sialorréia, e a dificuldade de deglutição.  A disfagia também é um potencializador da Doença de Parkinson. A professora ainda esclareceu que o Mal de Parkinson não causa a disfagia, mas não livra a possibilidade de outras doenças. E ainda frisou que a qualidade de vida dos pacientes tem melhorado, principalmente graças à ação da levo-dopa, substância que abranda os sintomas da Doença.

Já a pediatra Nicole Gianini, falou sobre o refluxo gastro-esofágico nos recém-nascidos. Segundo ela, o refluxo é algo comum e não indica a presença da DRGE, mas se for muito longo, durando mais que três minutos, há possibilidade da doença. Nos casos comuns, o refluxo resolve-se automaticamente após cerca de 12 meses de vida. Segundo a doutora, o principal meio de diagnóstico, além da sintomatologia, é a pHmetria, que mede a quantidade de ácido que sobe do estômago para o esôfago em determinado período de tempo.

Para finalizar a primeira mesa, a professora Ângela Garcia, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) no Rio Grande do Sul, abordou o tema das alterações vocais causadas pelo refluxo e pela disfagia. Os sintomas são comuns, tosse e rouquidão, e segundo a professora, a maior dificuldade é realmente distinguir a disfagia de uma simples rouquidão ou tosse provocadas por garganta inflamada ou gripe. Porém uma constante é a queixa de alteração vocal em portadores da Doença do Refluxo Gastro-esofágico, o que ajuda no diagnóstico correto do paciente.