As úlceras venosas, lesões da pele de difícil cicatrização, foram tema da palestra ministrada por Marcondes Figueiredo, que aconteceu na última sexta-feira (25/3), no anfiteatro da Biblioteca do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, Marcondes Figueiredo ressaltou, ao longo da palestra, as características da doença e os tipos de tratamento, com destaque para moléculas de PHMB (Poli-Hexa-Metileno-Biguanida), mais conhecidas como Polihexanidas.
As varizes de membros inferiores, ou úlceras venosas, são uma doença crônica que corresponde a 70% das úlceras da perna. Localizadas em várias partes dos membros inferiores, “a úlcera não nasce de uma pele sã, ela resulta de um processo de lesionamento da pele“, explica o professor.
A causa da úlcera venosa ainda é uma questão a ser discutida, mas acredita-se que em geral ela advém de uma hipertensão venosa crônica. Para o tratamento e a cicatrização dela, é necessária a constante higienização da ferida e o repouso, uma vez que tira a pressão de cima da úlcera.
Além disso, Marcondes ainda destaca, no processo de tratamento e cicatrização, a importância da compressão do local e do uso de antibióticos pelo paciente para combater colônias de bactérias que ficam na ferida.
A Polihexanida, antisséptico cutâneo recentemente utilizado na cicatrização das úlceras venosas, promete ser competente na aplicação. “Em relação aos antibióticos, além de também impedir o crescimento de bactérias nas lesões, tem a vantagem de não causar resistência por parte desses microorganismos”, diz Marcondes.
Além da parte técnica no tratamento da doença, exposta pelo professor, ainda podemos ter o relato de Marcondes quanto ao dia a dia de seus pacientes. “A exclusão da pessoa de úlcera é dramática”, refere-se ele às pessoas com úlceras venosas que, inevitavelmente, sofrem com a exposição de suas lesões e com o olhar pejorativo do próximo.
Para terminar a palestra, que contou com a presença do anfitrião Maulori Cabral (chefe do departamento de Virologia, do Instituto de Microbiologia Professor Paulo de Góes (IMPPG/UFRJ), e médicos da área de angiologia, o Professor Marcondes Figueiredo se disponibilizou para eventuais dúvidas e questões a serem debatidas.