Um curso diferente, preocupado em propagar conhecimento sobre as qualidades nutricionais dos alimentos e não apenas sobre o requinte e sabor da culinária, é o que devem esperar os estudantes da primeira turma do curso de gastronomia da UFRJ após assistirem na manhã da última sexta-feira (18/3) à aula inaugural realizada no auditório Professor Rodolpho Paulo Rocco, o Quinhentão. “Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”, sintetizou a filosofia do curso a diretora do Instituto de Nutrição Josué Castro (INCJ) da UFRJ, Eliane Fialho, com a citação de Hipócrates em 2.500 anos a.C..
Segundo ela, o curso é inovador. “O diferencial dele em relação a outros cursos no Brasil é justamente o elo entre gastronomia e nutrição, já que os profissionais formados nessa área, em geral, são voltados para o requinte e o sabor da culinária”, diz Eliane, referindo-se à falta de associação do cardápio à saúde.
A diretora destacou ainda que, “segundo dados do POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) realizado pelo IBGE, há 30 anos atrás os gastos familiares com alimentação fora de casa chegavam a 7%, hoje esses gastos ultrapassam 30%”. Porém, o país também passou por uma transição nutricional, aumentando o consumo de “calorias vazias”, representadas por alimentos que não fornecem nutrientes à saúde, como bsicoitos e refrigerantes. Daí a preocupação de formar profissionais conscientes da importância de associar o paladar à dieta saudável.
O curso, que será o primeiro em universidade pública do Rio de Janeiro e o quarto no Brasil, terá grande relevância para a cidade e para o país. Projetos e eventos como a revitalização da Zona Portuária do Rio, a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, que revigoram o turismo e alavancam a construção de bares e restaurantes, oferecerão inúmeras oportunidades para os profissionais de gastronomia.
Os calouros presentes, além de serem apresentados à proposta do curso, puderam ter as boas-vindas e parabenizações de importantes professores da UFRJ, como por exemplo, a Decana do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Maria Fernanda Quintela e o professor Roberto Leal, superintendente do CCS.