Criado em 1994, o Setor de Convênios e Relações Internacionais da UFRJ (SCRI), responsável pela política internacional de cooperação técnica, científica e cultural da universidade, expandiu fortemente sua atuação nos últimos anos. E ainda há muito a ser feito.

">Criado em 1994, o Setor de Convênios e Relações Internacionais da UFRJ (SCRI), responsável pela política internacional de cooperação técnica, científica e cultural da universidade, expandiu fortemente sua atuação nos últimos anos. E ainda há muito a ser feito.

">
Categorias
Memória

Cooperação internacional: avanços e projetos

Criado em 1994, o Setor de Convênios e Relações Internacionais da UFRJ (SCRI), responsável pela política internacional de cooperação técnica, científica e cultural da universidade, expandiu fortemente sua atuação nos últimos anos. E ainda há muito a ser feito.

Equipe do SCRICriado em 1994, o Setor de Convênios e Relações Internacionais da UFRJ (SCRI), responsável pela política internacional de cooperação técnica, científica e cultural da universidade, expandiu fortemente sua atuação nos últimos anos. E ainda há muito a ser feito.

 

Contando com um número ainda reduzido de funcionários, funcionando em um espaço limitado face às necessidades, o SCRI é responsável por uma série de atribuições, dentre as quais: cuidar da agenda internacional do Reitor; gerenciar o programa regular de intercâmbio da UFRJ (da fase de candidatura ao retorno dos intercambistas); acompanhar a tramitação de processos de convênios nacionais e internacionais; recepcionar os alunos estrangeiros.

A evolução na política internacional da universidade é nítida. Em 2005, havia apenas quatro intercambistas estrangeiros, estudando na instituição. Em 2010, esse número subiu para 173. Em 2005, somente 21 estudantes da UFRJ faziam intercâmbio no exterior. No ano passado, foram 220. A UFRJ mantém convênios com cerca de 350 universidades, dessas, 150 já operaram algum intercâmbio de estudante, funcionário ou docente.

O SCRI conta com dez funcionários (cinco recém-concursados). De acordo com Geraldo Nunes, coordenador do SCRI, a leva de concursos públicos realizados nos últimos anos qualificou o setor. “Está havendo uma renovação do quadro de funcionários especializados, muito qualificados, na universidade como um todo e, em particular, aqui no SCRI. São funcionários que falam no mínimo dois idiomas. Houve um upgrade muito grande na capacitação do corpo de funcionários”, elogiou Nunes.

Apesar dos avanços e da chegada de novos servidores, a avaliação é de que o setor ainda carece de mais profissionais, bem como de melhores instalações para seu pleno funcionamento. Sobretudo em função da demanda crescente por seus serviços e pelos objetivos traçados pela equipe.

Um fator de estímulo ao intercâmbio estudantil foi a criação, pela União Europeia, do programa Erasmus Mundus (o programa original, Erasmus, é voltado apenas à comunidade europeia). De acordo com Nunes, os programas europeus de intercâmbio recebem um alto valor em bolsas (três milhões de euros, cada programa, para 10 universidades brasileiras e 10 europeias). Vinte e sete estudantes da UFRJ são bolsistas do programa Erasmus Mundus. Pelo mesmo programa, dez estudantes europeus recebem bolsa para estudar na UFRJ.

Desafios ao crescimento do setor

Para participar desses programas, as universidades têm de participar de editais de concorrência.  Nesse momento, a limitação da estrutura do SCRI prejudica a presteza da resposta da universidade a esses editais. “Quando surge uma oportunidade dessas, normalmente a resposta deve ser imediata, dez ou quinze dias. Não temos esse timing, pois não temos uma equipe que somente cuide da prospecção de projetos. Existem muitos órgãos de fomento internacionais que oferecem bolsas, mas não temos estrutura (física e de recursos humanos) para dar conta de toda a demanda”, explica Nunes.

A avaliação feita pelo SCRI é de que a demanda tende a aumentar em larga escala, em função não apenas da credibilidade que a UFRJ angariou internacionalmente, ao logo de sua história, como também em função da projeção da política externa brasileira e da realização da Copa do Mundo de futebol e das Olimpíadas.

Assim sendo – acredita Geraldo Nunes ¯ a inserção internacional deve ser vista como uma questão estratégica para a universidade. “Deveríamos estar em condições de operar três mil alunos/ano, 1500 estrangeiros chegando e 1500 brasileiros saindo. É uma questão que envolve muitos fatores, como a infraestrutura e a própria cultura da universidade, que nem sempre dá muito valor a isso”, avalia o coordenador.

Na avaliação feita pela equipe do SCRI, há muitos desafios a superar. Um deles é o fato de a UFRJ não oferecer disciplinas em língua estrangeira. “Consideramos fundamental que algumas unidades possam oferecer disciplinas em inglês. Mas há resistência em nossa comunidade em oferecer disciplinas assim. Há medo de que isso ameace nossa cultura”, revela Nunes.

Nunes considera ainda que a universidade deveria se abrir para que outros países aqui instalem laboratórios e centros de pesquisa, como o Instituto Confúcio, que o governo chinês conseguiu implementar na Universidade de Brasília (UnB) e na Universidade de São Paulo (USP). “Não temos estrutura para essa negociação. Caso tivéssemos uma estrutura com 30 pessoas, poderíamos pilotar esse processo de negociação política dentro da universidade. Outro problema significativo é o fato de não termos um alojamento para os estudantes estrangeiros. Mesmo universidades de países pobres têm condições de oferecer esse serviço”, critica o coordenador.