O professor  doutor Kevin Leander discorreu sobre o tema “Mídias e novas tecnologias, construções identitárias e relações com a aprendizagem escolar”, no Nutes, na última segunda-feira (10/01).
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Memória

IV Ciclo de Seminários de Integração Acadêmica do Nutes

O professor  doutor Kevin Leander discorreu sobre o tema “Mídias e novas tecnologias, construções identitárias e relações com a aprendizagem escolar”, no Nutes, na última segunda-feira (10/01).

Novas tecnologias, novos valores. Como aproveitar as novas mídias no meio educacional, se o modo de pensar a instituição escola não acompanha o ritmo das novas tecnologias? Essa foi uma das questões levantadas pelo professor  doutor Kevin Leander, do Departamento de Ensino e Aprendizagem do Peabody College (Vanderbilt University), em palestra, na última segunda-feira (10/01), no auditório Hélio Fraga, no Centro de Ciências e Saúde da UFRJ (CCS).

A partir do título “Mídias e novas tecnologias, construções identitárias e relações com a aprendizagem escolar”,  seminário organizado pelo Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde (Nutes/UFRJ), o doutor Leander dividiu a palestra em três partes. Na primeira, o professor falou sobre a parte artística do uso das novas tecnologias e a formação de identidades múltiplas na rede. Exemplificou o assunto com a construção de avatares em jogos de vídeo game e o perfil de uma menina em uma rede social da Holanda.

Em seguida, Leander transportou a discussão o espaço das salas de aula. Questionou o aproveitamento das novas experiências no meio escolar e afirmou que o problema está na diferença entre como professores e alunos entendem os conceitos de tempo e espaço. Segundo o palestrante, há uma recusa por parte dos profissionais de educação em aliar tecnologia e aprendizado.

Para comprovar a afirmação, doutor Kevin Leander mostrou uma pesquisa realizada numa escola nos Estados Unidos, onde, apesar do acesso à tecnologia, as práticas escolares não mudaram. Nessa escola, cada estudante tem um laptop e rede wi-fi disponível. O resultado? Os professores mandavam os alunos fecharem os computadores e fazerem buscas na biblioteca.

O investimento em tecnologia não foi suficiente para alterar as práticas antigas. O uso da web 2.0 (blog, youtube, flickr, wikipidea) foi dispensado, e da nova tecnologia só as ferramentas que fazem relação com as práticas físicas foram utilizadas, como website da instituição e Enciclopédia Britânica on-line. A integração escola e tecnologia, para Leander, não depende apenas da qualidade do acesso às novas mídias, mas, sim, de uma pré-disposição dos professores em agregar esses novos valores a suas próprias experiências.

Uma possível solução
 
A tecnologia não determina o aprendizado, mas, sim, o uso que se faz dela. De acordo com  Kevin Leander, há uma recusa ideológica ao uso de tecnologia nas salas de aula, e a solução pode ser o que ele apresentou como Pedagogia Paralela. Para Leander, a escola, hoje, apresenta-se como uma pequena parcela do contato que o aluno tem com o mundo, logo é preciso inovar e usar a imaginação para agregar as novas tecnologias às práticas tradicionais de ensino.

“As chamadas storytelling é uma das opções”, diz o pesquisador. As histórias contadas através de montagem de imagens e sons representam a possibilidade de juntar os exercícios de criação de narrativas e diálogos (práticas antigas), com editores de voz e imagem (novas mídias). Em um mesmo exercício, alunos exercitariam a criatividade, a imaginação e o uso das novas mídias.