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Curso debate a importância dos museus como lugares de memória

Uma iniciativa do curso de especialização Saberes e Práticas na Educação Básica (Cespeb), o evento "Museu em foco" aconteceu na última terça (07/12), no Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, no prédio da Decania do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ. Como palestrantes convidadas, estiveram presentes as professoras Cláudia Mesquita, coordenadora de museus da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, que apresentou o trabalho intitulado “Monumento, documentos e narrativas históricas: o potencial pedagógico dos museus do Rio”; e Regina Dantas, do Museu Nacional (MN) da UFRJ, que ministra a palestra “Do Paço de São Cristóvão ao Museu Nacional”.

Cláudia Mesquita tratou do período da criação do Museu da Imagem e do Som (MIS) do Estado da Guanabara, assunto abordado em seu último livro Um museu para a Guanabara. De acordo com a professora, o contexto de criação do MIS, durante o governo de Carlos Lacerda (1961-1965), está relacionado com importantes aspectos da narrativa  histórica que se pretendeu fazer da cidade do Rio de Janeiro. Cláudia Mesquita lembra que o museu foi criado quando da transferência da capital da República, do Rio para Brasília, atuando assim “como uma forma de compensação simbólica em decorrência do esvaziamento da importância política da cidade”. Segundo a professora, esse foi um passo fundamental para firmar “a identidade da cidade como capital cultural do país, já que a capital política foi transferida para o centro-oeste brasileiro”.

A professora Regina Dantas apresentou a história e as diversas transformações, tanto estruturais como simbólicas, sofridas pelo Paço de São Cristóvão, até abrigar o Museu Nacional, a mais antiga instituição científica do Brasil e o maior museu de história natural e antropológica da América Latina. O palácio foi residência de Dom Pedro II durante um longo período, transformando o edifício, segundo a professora, “numa grande testemunha histórica de nosso país”.

De acordo com Regina, o objetivo das alterações arquitetônicas era solidificar o palácio como um lugar que representasse o poder imperial durante o Segundo Reinado, visando a reforçar a construção do Estado Nação. Hoje, o Museu Nacional dispõe de uma área útil de 13.616,79 m², distribuída  em três pavimentos, contendo um total de 122 salas que abrigam exposições, tanto permanentes como temporárias, das mais diversas áreas, como Paleontologia, Arqueologia, Zoologia, Etnologia e Geologia.