Receitas milagrosas para emagrecimento não faltam. O problema é quando essas receitas não acompanham um processo de reeducação do indivíduo e acabam não sendo tão eficazes quanto o esperado. O conhecido programa de emagrecimento “Vigilantes do peso” anunciou esta semana que o sistema de contagem de calorias, antes muito utilizado pelo programa, é uma medida ultrapassada para o emagrecimento visto que não leva em conta a quantidade de energia consumida pelo organismo.
Porém, de acordo com a nutricionista Glorimar Rosa, professora do Instituto de Nutrição Josué de Castro da UFRJ (INJC), o problema maior é quando essa redução de calorias ocorre sem um processo de reeducação alimentar: “Programas como ‘Vigilantes do Peso’ apresentam resultados positivos, mas nem sempre duradouro, isto é, as pessoas emagrecem, atingem sua meta, mas não conseguem manter o peso alcançado por muito tempo. Isto ocorre porque não promovem a mudança de hábitos alimentares”.
Além disso, “a redução no consumo de energia e o aumento no gasto energético promove a perda de peso de maneira eficaz. Mas pode ser arriscado, pois se houver uma redução muito drástica de calorias (dietas de muito baixa caloria), o indivíduo pode promover um estado de cetose no organismo (quando o organismo passa a consumir gordura pela falta de carboidrato), que por um longo período acarreta prejuízos à saúde, além do famoso efeito sanfona – que é muito mais prejudicial à saúde do indivíduo, do que permanecer obeso”, explica a doutora em Ciência de Alimentos.
Informações calóricas dos rótulos de embalagens
Para Glorimar Rosa, as informações sobre calorias nos rótulos das embalagens não informam com precisão a quantidade de calorias ingerida pelo consumidor.
“Na verdade, no rótulo, o valor calórico refere-se a uma quantidade muito pequena do alimento, como, por exemplo, biscoito recheado uma porção de dois biscoitos. Mas, ninguém come apenas dois biscoitos. Portanto, o rótulo acaba confundido o consumidor”, alerta.
Como emagrecer de maneira segura
A reeducação alimentar é, para a professora, a melhor forma de emagrecer com saúde e evitar o “efeito sanfona” muito comum com quem tenta emagrecer.
“Substituir hábitos alimentares pouco saudáveis por outros mais saudáveis, como, por exemplo, substituir o refrigerante por suco ou refresco natural é a melhor maneira de emagrecer. Ensinar o individuo a fazer escolhas mais saudáveis, a se alimentar de 3 em 3 horas, a consumir frutas, legumes, verduras, dar preferência aos alimentos integrais, carnes, peixes, leite e derivados desnatados é o papel do profissional nutricionista”, conclui.