Na última quinta-feira (4/11) aconteceu no Salão Dourado do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ o debate "Favela: Território de Transformação", dentre as diversas atividades da programação do Dia da Favela, comemorado na data.

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Dia da Favela reúne artistas e estudiosos na UFRJ

Na última quinta-feira (4/11) aconteceu no Salão Dourado do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ o debate "Favela: Território de Transformação", dentre as diversas atividades da programação do Dia da Favela, comemorado na data.

Na última quinta-feira (4/11) aconteceu no Salão Dourado do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ o debate "Favela: Território de Transformação", dentre as diversas atividades da programação do Dia da Favela, comemorado na data. Promovido pela Central Única das Favelas (Cufa) e parcerias, a mesa-redonda contou com a presença de Ricardo Henriques, secretário de Direitos Humanos; Coronel Robson, do Comando de Polícia Pacificadora (CPP); Jailson de Souza, do observatório da Maré e Secretaria de Direitos Humanos; Andrelino Campos, geógrafo e autor do livro ‘Do Quilombo à Favela’; Sandra de Sá, cantora; Milton Gonçalves, ator e o rapper MV Bill. Além da presença de personalidades públicas como Benedita da Silva, Jandira Fegalli e Zezé Motta.

Sob mediação de Ivana Bentes, diretora da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, o Coronel Robson falou das ações das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro. “A polícia precisa formar junto à comunidade uma rede de segurança, minha equipe está aprendendo muito com este contato”, relatou o Coronel e continuou. “O projeto ainda não está fechado, precisamos crescer e melhorar e estabelecer parceria, confiança e conscientização” reforçou ele.

MV Bill explicou o motivo da proposta do Dia da Favela, que segundo ele não foi com a intenção de aumentar o número de favelas, mas sim de levar melhorias, infra-estrutura, saúde para dentro da favela.  “O Dia da Favela é para mostrar que as pessoas que moram lá merecem respeito e as mesmas oportunidades de qualquer outro cidadão”. O rapper foi complementado por Milton Gonçalves, que acredita que a solução está na educação. O ator não condena o uso dos termos favela e favelado, que apesar de serem vistos como adjetivos ruins e pejorativos pela sociedade são os termos corretos. Ele acredita que é preciso resgatar a realidade das comunidades e focar os debates nas próprias favelas. “O favelado quer estudo, saúde e meios para progredir” disse o ator.

O secretário de Direitos Humanos, Ricardo Henriques alerta da necessidade de se discutir a realidade da favela também nos locais elitizados e nas Universidades. “A favela compõe a alma do Rio de Janeiro, a intenção não é acabar com elas, mas valorizá-las e produzir um espaço único, sem desigualdades, na cidade do Rio”. Para o secretário a integração “não é uma utopia delirante, mas uma utopia pragmática”, ele também completou a fala do Coronel Robson, afirmando que as UPPs estão trazendo “pela primeira vez, a redefinição real do espaço público e do papel da polícia”.
 

Apoiaram a iniciativa e falaram também o professor Andrelino Campos; Benedita da Silva, eleita deputada federal e Zezé Motta, atriz e cantora, que celebrou o Dia da Favela com a canção “Senhora Liberdade” de Nei Lopes. Já Sandra de Sá, que acredita na educação como forma de trazer melhorias eficientes, afirmou que a conscientização do valor da favela e do próprio morador é essencial, Sandra fechou a manhã cantando “Olhos Coloridos” e levantou o público presente no local.