Categorias
Memória

V Fórum de Direitos Humanos discute o trabalho escravo

O V Fórum de Direitos Humanos, realizado pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (Nepp-DH), reuniu na última terça-feira (19/10), pesquisadores e alunos durante o primeiro dia de evento, realizado no campus da UFRJ na Praia Vermelha. Estavam presentes professores e pesquisadores da França, do México e do Brasil.

Sophia Lakhdar, diretora do Comité Contre L’Esclavage Moderne (CCEM), uma entidade sem fins lucrativos sediada em Paris, falou sobre a legislação contra o trabalho escravo na França e do trabalho de assistência ao imigrante, realizado pelo CCEM. “Nós fazemos um acompanhamento jurídico e sócio-educativo com essas pessoas, mas é complicado protegê-las por meio de documentos legais, porque podem ser presas por estarem de forma irregular no país”, explicou.

Daniela Issa, doutoranda em sociologia da École de Hautes Études, de Paris, falou sobre a realizada brasileira, no que se refere ao trabalho escravo. Já Waldimeirey da Silva, doutoranda em Direito Internacional e Relações internacionais na Universidade de Sevilla, abordou a questão do tráfico de mulheres e a exploração sexual. “A Espanha é o principal destino das brasileiras para a prostituição e para o tráfico. As condições de trabalho a que são submetidas são degradantes”, disse.

Boris Marañon, professor doutor da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), e Dania Córdova, mestranda da pós-graduação de Estudos Latinoamericanos, também da Unam, falaram sobre a falta de discussão sobre o trabalho escravo no México. “O trabalho escravo não é um assunto da esfera pública e não é discutido no meio social e nem político. Não tem nenhum movimento específico contra esse tema no México”, afirmou Marañon.

Maciel Santos, professor da Universidade do Porto, trouxe o assunto "Imposto e contrato: as modalidades do trabalho forçado nas colônias portuguesas da África", mais especificamente no caso de São Tomé e Príncipe, onde, segundo o docente, “acontecem todas as formas de trabalho forçado”.

Já Maria Luiza Machado Campos falou sobre os trabalhos desenvolvidos pelo Programa de Engenharia de Sistemas da UFRJ e pelo grupo de Engenharia do Conhecimento (Greco-UFRJ). A docente realiza um trabalho de filtragem e seleção para um banco de dados projetado para o suporte e a análise de informações sobre a escravidão. “O projeto de pesquisa visa permitir, através de uma ferramenta virtual, o acesso e a análise de dados de modo rápido e independente”, afirmou.

O V Fórum de Direitos Humanos vai até 22 de outubro, no auditório do anexo do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). A programação do evento pode ser conferida na página virtual do evento.