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Palestra no Ipub sobre Bibliometria

Na última sexta-feira (01/10), o Centro de Estudos do Instituto de Psiquiatria (Ipub) da UFRJ promoveu uma palestra com a psiquiatra Mariana da Luz, pesquisadora do Ipub, sobre o tema “Ferramentas bibliométricas aplicadas à psiquiatria”. A palestrante abordou os diferentes tipos de indicadores bibliométricos, bem como a maneira de calculá-los e seu uso específico para avaliações de publicações relativas à psiquiatria.

Em relação à avaliação de periódicos, a psiquiatra citou o estudo bibliométrico do tradicional Jornal Brasileiro de Psiquiatria (JBP), que publica artigos de pesquisa, revisão e opinião, atentando para a necessidade de revitalizar sua relevância. Para a avaliação da importância e comparação de diferentes periódicos da área de psiquiatria, a pesquisadora destacou o uso frequente do Fator de Impacto (FI), que é um número calculado através da média entre as citações de artigos científicos e o número total de itens citáveis publicados por um determinado periódico, durante um biênio.

Outra ferramenta bibliométrica citada foi o “Índice H”, que se propõe a quantificar a produtividade e o impacto de cientistas, baseando-se nos seus artigos mais citados. O “Índice H” de determinado pesquisador é, portanto, o número de artigos por ele publicados que alcançaram uma quantidade de citações maior ou igual a esse número. “Pesquisadores jovens e promissores são prejudicados pelo índice H, por terem menos tempo de publicação de seus trabalhos”, disse Mariana. Da mesma forma, pesquisadores mais antigos apresentam índices menores, pois estavam inseridos em uma época onde havia menos publicações, devido à existência de poucas revistas e de uma comunidade científica menor.

Segundo Mariana, em relação à avaliação de instituições na psiquiatria, é realizada a avaliação dos programas de pós-graduação com ferramentas bibliométricas. Os programas são analisados através do fator de impacto e do “Índice H” institucional, calculado como uma média entre os índices H dos professores, ou da própria instituição, baseado, portanto, no número de publicações de pesquisadores da instituição e número de citações.

A palestrante destacou o excesso de valorização dos indicadores como algo negativo, visto que estes são bastante reducionistas quando utilizados como avaliação de qualidade e mérito, e atentou para o cuidado necessário à revisão por pares (processo utilizado na publicação de artigos e na concessão de recursos para pesquisas, onde o trabalho científico é submetido à avaliação por especialistas, que fazem uma revisão crítica e anônima do trabalho). “É necessário que se faça uma avaliação mais cuidadosa com os ‘pares’. Hoje há muita avaliação pelos índices bibliométricos, o ideal é que haja uma mistura”, disse Mariana.