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Avanço digital e os novos rumos do mercado editorial

Na última terça (19/10), o Salão Moniz de Aragão, do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ, recebeu Julius Wideman, editor responsável pelos títulos sobre mídias digitais da editora alemã Taschen. Wildeman debateu os novos rumos da edição no século XXI e como as editoras internacionais estão se preparando para produzir livros que explorem todas as possibilidades de suportes digitais.

Para o palestrante, “limitar um livro apenas a um corpo de texto acompanhado ou não de uma imagem figurativa ao lado não faz mais sentido”. O editor acredita que as possibilidades tecnológicas e as exigências do mercado implicam cada vez mais na busca de novas formas de edição que atraiam e satisfaçam o leitor/consumidor. “Há uma história e ela deve ser contada, não importa como”, afirma.

De acordo com Wildeman, recursos audiovisuais, imagens em 3D e elementos de interatividade serão cada vez mais recorrentes em obras que, no presente momento, se restringem ao texto escrito. “No futuro, pensaremos em algo completamente diferente do que pensamos hoje em dia ao nos referirmos a um livro. Pensaremos numa mídia muito mais dinâmica e diversificada, com muito mais elementos a serem explorados”.

Não só o futuro do livro em si foi abordado, como também e, principalmente, o futuro do mercado editorial. Para o editor, o principal desafio da indústria de edição é negociar frente aos grandes conglomerados digitais, que fazem crescer o comércio massivo dessas mídias. “Como possuem grande capital de negociação, pagam preços baixíssimos para revenderem as obras. E depois chegam, inclusive, a vender as obras ainda mais barato do que o que foi pago – ocasionando prejuízo por um tempo determinado – na tentativa de monopolizar o mercado”.