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Primeiro dia da Jornada de Iniciação Científica no CFCH

Na última segunda-feira (04/10), teve início a semana da XXXII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural UFRJ. Pela tarde, o Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque sediou apresentações orais de bolsistas do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), na sessão 168, intitulada Arte 1.

No projeto de pesquisa “Educando Através da Arte”, com orientação de Adriana Fresquet e Márcia Regina Xavier, a autora Marise de Castro analisou a potência pedagógica da arte, sobretudo na infância. O projeto, ainda em andamento, limita-se ao estudo teórico, onde analisa textos do filósofo Walter Benjamin e entrevistas realizadas com o cineasta Alain Bergala e com o escritor Bartolomeu Campos de Queiroz. Marise exibiu trechos da entrevista com este último, onde o poeta afirma que “criar é investir”. Segundo ela, com esta frase Queiroz quis mostrar que, ao criarmos, estamos buscando o melhor de nós, e que “a arte é o caminho para tocar a infância”.

Wellington Maciel, aluno de Artes Plásticas, desenvolveu o projeto “A Arte de Fazer Figurinos: Shakespeare em Figurinos Contemporâneos”, no qual criou figurinos para espetáculos de Artes Cênicas de alunos do Colégio de Aplicação (CAp) da UFRJ, com a orientação de Andréa Pinheiro da Silva. Este ano, os figurinos estão sendo criados para a “Mostra Mais”, dos alunos do curso de Direção Teatral na Escola de Comunicação (Eco) da UFRJ, que recria espetáculos para três comédias de Shakespeare. “O desafio é pensar num figurino de época com elementos contemporâneos”, analisa Wellington.

As bolsistas Gleise Nana e Ana Catharina Zahner atuam, sob a orientação de Wanelytcha Simonini e Mercia Roseli Pessoa, no projeto “Ecofoto”, realizado há três anos pela Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ. A iniciativa realiza concursos anuais de fotografia, onde os participantes têm a possibilidade de exibir imagens singulares, capturadas através de seu olhar específico, dentro de um tema definido previamente. O concurso tem um cunho artístico e cultural, e o objetivo de integrar a universidade e sociedade, além de revelar novos talentos.

As bolsistas destacaram que não há limites geográficos, de escolaridade ou idade, citando o curioso exemplo da premiação de fotografias tiradas por crianças de dois a quatro anos de idade em uma creche da Cidade de Deus. Segundo Gleise, “a premiação representou uma troca interessante entre instituição e comunidade, resultando na criação de um projeto de fotografia na creche e possibilitando às crianças experimentarem a valorização da comunidade e de si mesmas”.

O projeto “As Novas Formas de Distribuição”, de autoria de Tatiana Teitelroit e Janaína Alves e orientação de Ivana Bentes, procura definir os novos caminhos definidos pela convergência tecnológica, onde o surgimento da comunicação em redes colaborativas na Web 2.0 cria um atrito com as antigas produtoras unilaterais. Os softwares livres, como o Linux, possuem um código aberto, que pode ser manipulado pelos usuários e livremente modificado e distribuído. “Tal panorama apresenta um novo contexto de acesso e distribuição de bens culturais, onde predomina o crescimento de um domínio público e entra em conflito com a Lei de Direitos Autorais”, diz Janaína.

As bolsistas disseram acreditar que “está havendo mudanças significativas no pensamento coletivo a respeito da liberdade de informação”, e destacaram o surgimento de licenças livres, como o Copyleft (em oposição ao tradicional Copyright), possibilitadas por esse novo contexto.