A Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ promoveu, na última terça (21/09), um debate sobre o livro A imagem espectral: Comunicação, Cinema e Fantasmagoria, de Erick Felinto. Professor da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (NCPq), Felinto participou do debate com estudantes da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, ao lado professor Denilson Lopes, da ECO-UFRJ.
O livro trata da imagem dos fantasmas no cinema. “Comecei a me interessar pela fantasmagoria e quando surgiu o livro Haunted Media, de Jeffrey Sconce, acabou servindo de base para começar a minha pesquisa”, contou. Felinto também difere a sua obra de outros trabalhos que escreveu. “É um livro exótico, não é muito ortodóxico e é menos acadêmico”, explicou.
Um dos temas discutidos foi o cinema japonês que trata a fantasmagoria frequentemente nos filmes de terror e como a sociedade japonesa aborda o assunto relacionando com o isolamento humano em um mundo tecnológico. “É uma narrativa que se repete”, disse.
O pesquisador cita exemplos, como o filme O chamado (2002), de Gore Verbinski, baseado no original japonês Ring (1998), de Hideo Nakata, e Poltergeist (1982), de Tobe Hooper. São histórias de assombrações que entram no mundo dos personagens por meio de tecnologias como a televisão. Ele cita também o longa Kairo (2001), de Kiyoshi Kurosawa, que aborda o isolamento da sociedade, em meio ao caos tecnológico, e as frequentes questões feitas pelos personagens sobre a morte.
As características dos fantasmas nas produções cinematográficas também foram assunto no debate. “Todo fantasma tem uma história para contar e sempre tem a capacidade profética de prever o que vai acontecer”, analisou. Ao final do encontro, Felinto refletiu: “Não sei se acredito em fantasmas, mas como entidades culturais eles existem”.
Erick Felinto também escreveu obras como A Religião das Máquinas: Ensaios sobre o Imaginário da Cibercultura, Passeando no Labirinto: Textos sobre as Tecnologias e Materialidades da Comunicação, Avatar: o Futuro do Cinema e a Ecologia das Imagens Digitais, em parceria com Ivana Bentes, diretora da ECO da UFRJ.