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Professora canadense divulga pesquisa em primeira mão para a UFRJ

O Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc) promoveu ontem (15/09) a conferência “Changing types of contraceptives used by 16-17 year olds living in British Columbia, Canada”, tema de  pesquisa realizada por Jean Shoveller, da Universidade de Columbia. 

A pesquisa trata dos índices de gravidez na adolescência e os diferentes contraceptivos prescritos para adolescentes do sexo feminino na província de British Columbia, no Canadá. Os dados foram recolhidos de 1993 a 2006, mas os índices mais utilizados na palestra são de 2001.  

A partir de mapas da região, formularam-se padrões de comportamento ligados à gravidez precoce e aos anticoncepcionais utilizados. Foi registrado que nas comunidades religiosas e conservadoras, há um número muito baixo de adolescentes grávidas, por exemplo. Enquanto, em Vancouver, quatro entre mil meninas entre 14 e 17 anos apresentaram gravidez; na região norte da província de British Columbia, 200 entre mil meninas se encontraram na mesma situação. Isso se dá por conta de uma série de fatores culturais, sociais e econômicos. 

A pesquisadora elaborou ainda uma relação entre os tipos de contraceptivos prescritos em cada região e as razões pelas quais aqueles contraceptivos específicos eram receitados. Segundo Shoveller, existem quatro tipos de contraceptivos: pílulas eficientes que não possuem efeitos colaterais, pílulas eficientes que possuem efeitos colaterais, outros métodos e um método injetável, não aceito no Brasil e em muitos países, por apresentar efeitos controversos. 

As pílulas mais eficientes são receitadas na região Sul, onde a população é urbana, tem maior poder aquisitivo e um nível educacional maior. Já o método injetável é mais utilizado na região norte, onde a maioria da população é aborígene, rural, de baixo poder aquisitivo e pouca instrução. Fica estabelecida, portanto, a relação de gravidez precoce e efeitos colaterais de medicamentos contraceptivos com a região da província e seus aspectos soci-culturais e econômicos.  

Jean Shoveller considera os dados geográficos, sociais e culturais são de grande importância para compreender os resultados obtidos na pesquisa. Segundo a pesquisadora, existem 4,4 milhões de pessoas em British Columbia, sendo que 90% desta população se concentra em Vancouver, um centro urbano no sul da província. No perfil  socioeconômico do norte da cidade, por exemplo, percebe-se uma população mínima, sendo a maioria aborígene. No sul, especialmente Vancouver, nota-se uma população urbana muito densa, com quase nenhuma incidência aborígene.