A presença dos escritores João Maimona, João Melo, Marta Santos e Fernando Kafukeno na “Mesa-redonda com poetas e escritores de Angola” marcou a primeira semana de aulas na Faculdade de Letras (FL). Sob a coordenação das professoras Carmen Tindó e Teresa Salgado, da UFRJ, e sob a mediação da professora emérita Laura Padilha, da Universidade Federal Fluminense (UFF), o evento promovido na quinta (19/8) mexeu com os sentimentos dos alunos de graduação, pós-graduação, professores e pesquisadores de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa (LALP).
Representantes da poesia angolana na década de 1980, João Maimona, pela primeira vez na UFRJ, e João Melo têm o trabalho como objeto de estudo de dissertações de mestrado e teses de doutorado. Ambos leram poesias e responderam perguntas dos pesquisadores.
Fernando Kafukeno contou histórias sobre a infância e falou da inspiração para produção poética. Marta Santos lembrou os ensinamentos da mãe e revelou que sua escrita, voltada para o público infanto-juvenil, transmite valores da tradição africana, como respeito aos mais velhos.
O escritor angolano Rui Duarte de Carvalho, morto recentemente e influência da maioria dos poetas do país, recebeu homenagens com a leitura de uma nota de pesar e a dedicação de um minuto de silêncio. O momento levou várias pessoas às lágrimas.
Durante o debate, veio à tona a ausência de publicações angolanas no Brasil, o que dificulta o acesso aos livros. Para a professora Laura, é um milagre que haja tantos bons trabalhos sobre as LALP, mesmo com tamanho obstáculo. E encerrou a mesa associando o evento à volta do tempo bom no Rio: “uma manhã gloriosa, azul e sem frio”.