O Centro de Ciências da Saúde recebe, no dia 9 de agosto, às 10 horas, a visita do reitor Aloísio Teixeira. Na ocasião, serão debatidas propostas para o acesso à universidade, como medidas afirmativas e de permanência. No mesmo dia, às 16 horas, é a vez de o Conselho de Coordenação do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) conhecer as propostas de acesso da administração central da UFRJ. Os encontros, abertos a toda a comunidade universitária, acontecem no Auditório Hélio Fraga (CCS) e no Professor Manoel Maurício de Albuquerque (CFCH).
O evento atende ao plano de debates estabelecido pelo Conselho Universitário (Consuni) sobre o tema. A partir das questões levantadas em todas as unidades, os conselheiros definirão, no próximo dia 12, o modelo de acesso à UFRJ já para 2011. A proposta da Reitoria é que 50% das vagas oferecidas em cada curso sejam preenchidas por candidatos selecionados pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu); destas, 20% serão destinadas àqueles cuja renda familiar per capita não exceda a um salário mínimo. As outras vagas deverão ser preenchidas por meio de concurso de acesso próprio. Ainda de acordo com a sugestão da Reitoria, não será cobrada taxa de inscrição para concorrer em qualquer uma das modalidades, mas o candidato deve estar inscrito para o Enem.
Cotas para escolas públicas
Na reunião da Congregação no último dia 26, os conselheiros do CFCH reagiram à proposta, argumentando a necessidade de um debate mais amplo. “Quem não entra na universidade é aquele estudante que não conclui o Ensino Médio”, apontou Marcelo Corrêa e Castro, decano do CFCH. “Defendo que os 50% de vagas destinados ao Enem sejam reservadas às escolas públicas, pois é ali onde se encontra o maior entrave para o acesso à universidade”, declarou Ana Maria Monteiro, diretora da Faculdade de Educação (FE), opinião convergente à de Miriam Abduche Kaiuca, vice-diretora do Colégio de Aplicação (CAp) da UFRJ. “Se for para fazer um acesso diferenciado, deveria ser para as escolas públicas, com exceção das federais e técnicas”, defendeu.
“Há um apelo pela adoção das cotas étnicas entre os alunos e professores do Serviço Social. Alguns elogiaram pontos da proposta da Reitoria, como a gratuidade do transporte e outros incentivos à permanência”, diagnosticou Mavi Rodrigues, diretora da Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ, que defende o debate em toda a universidade. “Seria de bom tom ampliar essa discussão. O nosso papel aqui é manter a tradição do CFCH de defender uma abertura e questionar o elitismo que impera nesta universidade”, afirmou.