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Inclusão digital da terceira idade em debate

O Projeto de Valorização do Envelhecimento (Prove) promoveu, na última quinta-feira (17/06), em conjunto com o Instituto de Psicologia (IP) da UFRJ, o seminário “Empoderamento e Terceira Idade – o uso da Informática”. O evento contou com a presença de Marcos Jardim Freire, diretor do IP-UFRJ e coordenador do Prove, Julio Lagun, subsecretário da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect), Claudia Moura, coordenadora pedagógica do Projeto Internet Comunitária, Horácio Magalhães, presidente da Associação Amigos de Copacabana e vice-presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Copacabana e Leme (CCSCL), Daniel Mac Culloch, diretor da Universidade do Micro e Daniel Azevedo, geriatra e coordenador da comissão de informática da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

Julio Lagun apresentou as metas e unidades vinculadas à Sect e falou sobre o programa “Rio Estado Digital”, que promete levar internet sem fio e gratuita para todo o estado. “O grande desafio é democratizar o acesso à internet por meio de uma rede abrangente e criar uma cultura digital no Rio”, afirmou. A primeira rede implantada foi na orla de Copacabana. O subsecretário observou que “cerca de 40% da procura veio da terceira idade, o que demonstra o interesse de ter contato com essa tecnologia”.

Claudia Moura analisou a participação dos idosos no processo de digitalização. “A terceira idade não viveu as inúmeras inovações tecnológicas de hoje. O medo e a insegurança muitas vezes afastam o idoso da tecnologia”, disse. A coordenadora relatou sua experiência e a dificuldade dos idosos se familiarizarem com o computador e defendeu que “é preciso esclarecer que a internet é uma importante ferramenta de comunicação que promove grandes facilitadores, diminui o isolamento e possibilita maior inserção e interação”.

De acordo com Claudia Moura, “as pessoas que continuam ativas têm mais facilidade no aprendizado” e que “a continuidade desse processo é importante”. Horácio Magalhães acrescentou que falta uma complementação ao projeto. “Muitos idosos não têm computador em casa. É preciso criar meios de acesso”, sugeriu. Magalhães afirmou que a Associação dos Moradores de Copacabana cobra do poder público esse meios, bem como outras políticas públicas para os idosos. “Falta planejamento dos órgãos públicos, mas também falta mobilização das pessoas”, comentou.
 
A Associação Amigos de Copacabana luta pela manutenção e qualidade de vida do bairro com maior concentração de pessoas acima de 60 anos no Rio de Janeiro. De acordo com o presidente, “a associação procura ser o canal que reivindica os direitos da terceira idade”.

As limitações sofridas pelos idosos também foram comentadas por Daniel Mac Culloch. Segundo o diretor da Universidade do Micro, “o acesso à internet é fundamental no sentido em que atenua essas limitações”. Mac Culloch desvendou os mitos que envolvem a inclusão digital e revelou o perfil do aluno da terceira idade. “O medo, a desconfiança e a falta de paciência são recorrentes. É importante ter um acompanhamento profissional especializado capaz de lecionar e prestar serviços de manutenção”, propôs.

Para o geriatra Daniel Azevedo, a Internet pode ajudar o profissional de Saúde, mas ressalvou a necessidade de buscar fontes seguras de informação na grande rede. “Se por um lado é preciso reconhecer que a internet chegou para ficar, também é preciso filtrar muitas das informações lidas e usá-las ao nosso favor”, concluiu.