O Seminário Internacional Indústria e Desenvolvimento Econômico, uma iniciativa do Instituto de Economia da UFRJ (IE) da UFRJ e do Centro de Economia da Universidade Paris 13 (CEPN), recebeu, nesta segunda-feira (07/06), a mesa-redonda “Internacionalização das cadeias produtivas: Perspectivas a partir da crise”. O convidado para a apresentação do tema foi o economista Cedric Durand, mestre de conferências da universidade francesa. A mesa teve, ainda, a participação de Victor Prochnik e a coordenação de Alexis Saludjian, ambos professores do IE-UFRJ.
Durand classificou o atual momento do capitalismo como um sistema onde prevalece “o desenraizamento social das relações econômicas”. Para desenvolver-se dentro deste sistema, “a integração é uma necessidade no capitalismo global”, de acordo com o economista. O docente explica que as cadeias produtivas representam um exemplo de integração. São as etapas da fabricação de determinado produto ou bem, geralmente realizadas por empresas diferentes, que vão desde a extração da matéria-prima até a distribuição do produto final.
Algumas dessas cadeias alcançam escala global. Essas, geralmente, “são coordenadas pela empresa que tem mais poder em seu setor”, afirma Durand. “Mas a preocupação de todas é macro”, completa. A regulação de cadeias nacionais é feita com êxito, mas em nível global não é possível. “Atores sociais não têm capacidade de construir regulações no nível das cadeias globais de mercado”, diz Cedric Durand.
Já o professor Victor Prochnik ressaltou a heterogeneidade nos resultados das cadeias globais, indicando que nem sempre são bem sucedidas. Além disso, indicou que países em desenvolvimento podem montar suas próprias cadeias de valor. “Fora as empresas que produzem matérias-primas, nenhuma firma brasileira monta cadeias no exterior”, concluiu.