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Memória

A África de Daniel Aarão Reis

Na última quarta-feira (02/06), o Salão Dourado do Fórum de Ciência e Cultura (FCC), no campus da UFRJ na Praia Vermelha, recebeu o simpósio “Esporte, Colonialismo e Pós-colonialismo nos países africanos de língua oficial portuguesa”. A mesa-redonda “Pós-colonialismo: trajetórias e perspectivas” abriu o evento às 9h e contou com a presença de Daniel Aarão Reis, historiador e professor titular de História Contemporânea na Universidade Federal Fluminense (UFF).

O professor e pesquisador citou sua experiência na Argélia, onde se exilou após ser libertado – junto com outros 39 presos políticos – em troca do embaixador alemão Ehrenfried Anton Theodor Ludwig Von Holleben, pelo grupo Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). O docente lembrou que, ao chegar no país, que conquistara sua independência há apenas oito anos, encontrou um povo completamente orgulhoso, confiante e extremamente solidário com a causa revolucionária. “O que mais me impressionou foi a força das tradições, a questão da dominação do homem sobre a mulher e a força da religião”, revelou.

Segundo Aarão Reis, em Moçambique, encontrou em Maputo, capital do país, uma cidade asfaltada e arborizada, em 1976. Segundo o professor, “a cidade possuía todos os confortos de uma cidade moderna”. Sobre a independência, que aconteceu apenas seis meses antes de sua chegada, o docente caracteriza como "surpreendente, embora esperada". Segundo ele, a situação causou uma atmosfera de euforia na região. “Assim como existem muitas américas e muitas ásias, existem também muitas áfricas; é preciso estar muito longe dela para ver uma única África”, concluiu.