O Ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, inaugurou na manhã da última quarta-feira (05/05) o Centro Nacional de Bioimagem (Cenabio) do Instituto Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem (Inbeb) da UFRJ e declarou sua satisfação em estar em um evento de tal natureza. “É que não se trata apenas da inauguração de um prédio, muito mais que isso. É um projeto otimista, que permite não só à UFRJ, mas a todas as parcerias, oferecer uma boa infraestrutura para que possa fazer ciência com melhor qualidade”, disse o ministro e completou que esse é o grande desafio para os próximos anos.
“Nos próximos dez anos”, disse o ministro, “devemos, entre outras coisas, sonhar alto na área da ciência, porque passamos muito tempo sem sonhar. Vimos jovens que não podiam montar seus laboratórios. Nos últimos anos isso mudou. Os estados foram estimulados a aumentar recursos e, com isso, passamos a ter melhores programas e grande massa de pesquisadores passou a ter seus projetos financiados.”
Imagem de animais
O Inbeb inaugurou hoje a área que vai tratar de imagens com pequenos animais. Trata-se de um prédio com equipamentos de alta resolução para Ressonância Magnética Nuclear, que permite uma análise morfológica e funcional de órgãos e sistemas em pequenos animais vivos.
A ultrassonografia de alta resolução permite a visualização de estruturas separadas por até 30 micrometros, além da quantificação do fluxo sanguíneo usando o efeito Doppler. É possível ainda visualizar o desenvolvimento embrionário de camundongos, acompanhando o desenvolvimento de órgãos como coração, fígado, rins, entre outros.
Sistemas de detecção de Bioluminescência e Biofluorescência permitem visualizar células com enzimas (luciferase) que ativam moléculas luminescentes, como a luciferina, ou com moléculas fluorescentes.
A marcação de células permite seguir seu trajeto quando infectados em animais vivos. Diversos trabalhos no campo das doenças infecciosas, da oncologia e das terapias celulares serão beneficiados por esse tipo de metodologia.
Inbeb
Jerson Lima Silva, coordenador do Inbeb explicou que o objetivo do Instituto é formar uma rede de pesquisadores em torno de biologias estrutural, celular e tecidual, voltada para o estudo de patologias humanas, como câncer e doenças degenerativas, entre outras.
“Temos a experiência de criar e consolidar uma infraestrutura técnico-científica, de disponibilizar equipamentos de grande custo para a comunidade científica aliados a um conjunto de 20 laboratórios associados distribuídos por várias instituições do país que abordam temas da ciência. Esse conjunto de laboratórios conta com a participação de pesquisadores localizados em 20 instituições, de oito estados brasileiros”.
O Cenabio teve um investimento total de R$ 6 milhões, incluindo a construção do prédio, composto por três salas e um alojamento para animais adequada à lei Arouca. O financiamento se deu através do CNPq, Finep, Faperj e do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), do Ministério da Ciência e Tecnologia, além do apoio da Capes, que contribui com bolsas para alunos envolvidos no projeto.
Jerson explica também que a manutenção dos equipamentos é muito alta. "Consciente do elevado custo dessa infraestrutura, cabe ressaltar que ela também poderá ser utilizada por pesquisadores do país e do exterior”, completou.