A mostra “Cena do Cinema”, que exibe filmes durante todo o mês de maio, no Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ, terminou na última terça-feira (25/05), com a exibição de “A Falta que Nos Move”, de Cristiane Jatahy. A película, lançada em 2007, mostra o encontro de cinco amigos que se reúnem para uma experiência: preparar o jantar para um convidado que pode ou não chegar.
O filme é uma adaptação da peça “A Falta que Nos Move” também de Cristiane Jatahy, que ficou em cartaz por quase três anos. O elenco é praticamente o mesmo do espetáculo. “Nós fizemos diversas adaptações, pois quando decidimos produzir o filme, as atuações estavam muito teatrais”, conta a diretora. No entanto, o caminho para o filme foi rápido, já que ”a peça também puxava para essa linguagem”, de acordo com a cineasta.
A filmagem durou cerca de 13 horas e, assim como no filme, em que os amigos bebem muito champanhe e vinho, os atores também consumiram álcool durante o tempo todo. “Foi tudo muito real. Havia momentos em que a gente perdia o controle da câmera”, recorda. “Foram mais de 39 horas de filmagem para editar, o que é um absurdo, pois usamos apenas três câmeras”, revela.
Para a atriz Marina Vianna, que participou de um debate ao lado do ator Pedro Brício após a exibição do filme, houve uma “sofisticação na linguagem” com a adaptação do texto para as telas. “Foi muito legal ver o filme depois, porque podemos ver essa relação entre os amigos do filme, que foi totalmente construída pela interpretação”, disse.
Brício acredita que os atores evoluíram muito durante as filmagens. “A gente começou super exagerado, super teatral e foi se readaptando a uma nova linguagem”, comentou. Segundo o ator, a experiência foi “intensa e cansativa”, mas rendeu bons frutos para o amadurecimento profissional de todos. “Agora, vendo o filme, vejo como as pessoas evoluíram. Apesar de tudo, conseguimos nos manter conscientes em meio a tanta loucura”, concluiu.