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Dia Internacional de Atenção ao Portador de Lúpus é comemorado no hospital da UFRJ

Em comemoração ao dia 10 de maio, dia Internacional de Atenção ao Portador de Lúpus, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho promoveu hoje (21/05) um evento que reuniu médicos do HUCFF e do HUPE (Hospital Universitário Pedro Ernesto-UERJ), pacientes e interessados no esclarecimento sobre a doença.

O Lúpus é uma doença auto-imune, ou seja, as células que deveriam defender o corpo passam a agredir suas próprias células, causando inflamação do tecido conjuntivo. Há vários tipos da doença, desde a manifestação apenas na pele até o envolvimento de outros órgãos, como pulmão, coração, rins, sistema nervoso central, entre outros.

Na palestra de Evandro Klumbe, médico do HUPE, foram esclarecidos diversas dúvidas e tabus sobre a doença. De acordo com Klumbe, o Lúpus não é raro, pois a cada mil pessoas uma tem a doença, e 90% são mulheres, em geral em fase fértil. “As mulheres são mais atingidas, pois há uma relação do estrogênio com o desenvolvimento da doença”, completou o médico.

Segundo Klumbe, os principais sintomas da doença são manchas na pele (65% dos casos), sensibilidade á luz do sol (60%), aftas na boca e no nariz (50%) e dores nas juntas ou artrite (80%). Mas para o médico, o diagnóstico precoce é uma prevenção secundária: “Os exames preventivos são importantes para tratar qualquer doença melhor, como câncer de colo de útero, ou o de mama por exemplo. Do mesmo modo é com o Lúpus”.
Márcia Cristina, uma das pacientes presentes ao evento e portadora do Lúpus há 28 anos, disse que luta na justiça pelo direito de ter a medicação para o controle do Lúpus: “O remédio custa muito caro, eu não tenho como pagar, e só tenho 30% de um único rim.” desabafou a paciente.

Outra paciente, Renata Ribeiro, que conseguiu engravidar durante o tratamento através de acompanhamento médico, disse que não tem problemas com recebimento de remédios, mas que lutou muito para se acostumar com a doença: “Eu era rebelde, não aceitava a doença.”

As duas pacientes são voluntárias na Associação de Portadores e Amigos de Lúpus do Rio de Janeiro (Apalurj), sediada no HUPE. “Com esse trabalho aprendi a aceitar a doença e aprender através do contato com outros portadores do Lúpus”, disse Renata.

O preconceito é uma das tantas outras barreiras que o portador da doença tem de enfrentar: “Os meus vizinhos acham que tenho câncer, essa falta de informação aumenta o preconceito, por isso um encontro como esse é importante para esclarecer a população do que realmente é Lúpus. É muito difícil conviver com o preconceito’, concluiu Márcia.

A Apalurj se colocou a disposição para esclarecer dúvidas sobre a doença através do e-mail: apalurjlupus@hotmail.com