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Conteúdo informativo para surdos em discussão

 No dia 18 de maio ocorreu no Centro de Ciências da Saúde (CCS-UFRJ) o evento “A mídia é surda aos surdos?”, que trouxe debates a respeito das condições dos meios de comunicação para se adequar às necessidades dos deficientes auditivos. 

As palestras foram ministradas por profissionais de diferentes ramos da comunicação, com tradução simultânea em libras. Eles apresentaram questões de acessibilidade às quais a mídia deve se adequar para incluir o espectador surdo.

Em uma das apresentações, as jornalistas Lacy Barca e Claudia Jacob, da TV Brasil, mostraram vídeos do programa Jornal Visual, destinado à comunidade surda e apresentado com tradução simultânea em libras, trazendo reportagens a respeito de eventos e assuntos de interesse dos deficientes. “A TV Brasil é pioneira, por apresentar um programa exclusivo para surdos. A televisão é um enorme desafio, pois seu conteúdo é, em sua maioria, audiovisual”, constatou Lacy. 

Entre as apresentações, também se destacou a fala de Roberta Savedra, colaboradora do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM-UFRJ), que expôs seu trabalho envolvendo estudantes surdos e sua interação com os meios de comunicação. Roberta explica que através da pesquisa com alunos surdos, pôde perceber a importância das figuras nos jornais para facilitar a compreensão do conteúdo da notícia. 

Segundo ela, também, a própria característica do jornalismo escrito do uso intenso de sinônimos no texto dificulta a compreensão dos leitores surdos, pois eles não têm conhecimento das variações das palavras, já que a libras não possui sinônimos.

As falas dos jornalistas Valquíria Daher e Bernardo Esteves, respectivamente responsáveis pela revista Megazine, do jornal O Globo, e pelo site Ciência Hoje, basicamente apresentaram as dificuldades que possuem para adequar seus conteúdos às necessidades dos deficientes.

Valquíria diz que a equipe da Megazine ainda é muito desinformada sobre o assunto, o que impede também que haja maior conteúdo sobre o tema publicado. “Para termos pautas inclusivas, precisamos antes ter mais informações sobre a questão”.

Já o Ciência Hoje, segundo Bernardo, é mais integrado à causa, contendo vídeos com informações visuais (fotos e legendas), mas ainda peca na questão, pois nem todo o conteúdo do site possui esse formato.