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Debate da Coordenação de Desenvolvimento Profissional da UFRJ sobre o trabalhador

Os avanços do governo Lula, as vitórias trabalhistas como concessão governamental ou conquista dos trabalhadores e o fator previdenciário foram os principais temas abordados na mesa de debate “Plataforma política para o trabalhador no Brasil: propostas, diretrizes e ações” organizada pela Coordenação de Desenvolvimento Profissional da Pró-reitoria de Pessoal (Codep-PR4). O evento, realizado na última quarta-feira (12/05), levou ao Salão Azul da Reitoria representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Socialista Brasileiro (PSB) e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (Sintufrj), no mês de comemoração pelo dia do trabalhador. O reitor da UFRJ, Aloisio Teixeira, e o Coral dos Servidores da UFRJ abriram o evento.

Logo de início, o reitor questionou se a melhoria da situação dos trabalhadores no Brasil deve ser considerada concessão ou conquista. “Os trabalhadores não podem ver as vitórias como concessões do poder, mas como consequência das nossas lutas”, afirmou Teixeira. Em seguida, Carlos Eugênio, secretário estadual do PSB, afirmou que essas vitórias são tanto conquista como concessão. Francisco de Assis, um dos coordenadores do Sintufrj, levou a discussão para o campo político. Ele afirmou que o governo Lula é a grande conquista dos trabalhadores nos últimos anos, mas alertou para “as forças de oposição aos trabalhadores”, que continuam atuantes no Congresso e no Senado Federal. A Sintufrj também estava representada por outro coordenador, Johnson Braz.

O governo Lula foi frequentemente lembrado, não só pelo representante do PT, o vereador de Niterói, Waldeck Carneiro, mas também por todos os outros membros da mesa. O presidente estadual do PSOL, Jefferson Moura, reconheceu que o governo do ex-metalúrgico representou muitos avanços para a questão trabalhista no Brasil, mas que era preciso avançar mais. Dentre as propostas, estavam o financiamento público de campanhas políticas como forma de combater a corrupção, a desoneração de microempresas para aumentar o salário mínimo e o aumento dos impostos das grandes riquezas em conjunto com a diminuição dos impostos pagos pelos “que vivem do seu próprio trabalho.”

Questão recorrente na mídia brasileira nos últimos dias, o fim do fator previdenciário, que reduz o valor da aposentadoria aos que param de trabalhar mais cedo, foi tratada por quase todos os participantes do evento. Apesar de sua manutenção ser defendida pelo presidente Lula, o representante de seu partido, Waldeck Carneiro, que também é coordenador da criação de diretrizes políticas do PT-RJ, mostrou-se a favor do fim do fator previdenciário, assim como todos os outros que se manifestaram sobre o assunto.

A história da militância na área trabalhista também foi trazida à mesa pelo Secretário Estadual do PSB. Eugênio diz que considera fundamental que o Brasil “acerte contas com o passado” e discuta a punição dos torturadores da ditadura militar em âmbito político e não jurídico, como tem sido feito.

O evento, que foi mediado pelo superintendente geral de pessoal Roberto Gambini, foi iniciado pelo Coral dos Servidores da UFRJ que interpretou “Cio da Terra”, de Milton Nascimento. As comemorações pelo dia do trabalhador na UFRJ continuarão no ramo da música na sexta-feira (14/05), com apresentações do grupo de choro Conjunto Sarau, às 16h, e de sambistas como Adilson Bispo, Noca da Portela e Wilson Moreira, às 19h. Ambos os shows acontecem no Grêmio da Coppe.