O reitor Aloisio Teixeira destacou que é possível criar um espaço substituto ao Canecão com mais conforto, melhor acústica e cobrar um preço mais baixo pelos ingressos. O lugar vai unir atividades acadêmicas a um centro cultural.

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Memória

Espaço público de ensino e cultura

O reitor Aloisio Teixeira destacou que é possível criar um espaço substituto ao Canecão com mais conforto, melhor acústica e cobrar um preço mais baixo pelos ingressos. O lugar vai unir atividades acadêmicas a um centro cultural.


Durante entrevista coletiva realizada no salão Moniz Aragão para esclarecer detalhes da reintegração de posse do Canecão, o reitor Aloisio Teixeira negou qualquer possibilidade de acordo com a empresa
 
Criar um espaço que una atividades acadêmicas a um centro cultural que permita a realização de shows e eventos artísticos é o objetivo da UFRJ para a ocupação da área onde, desde 1967, está instalada a casa de espetáculos Canecão. De acordo com o professor Aloisio Teixeira, reitor da universidade, a ideia é mobilizar artistas, intelectuais e a comunidade acadêmica para, em conjunto, debater uma proposta de projeto para o local reintegrado à universidade, na última segunda-feira (10/5), após decisão em última instância do juiz Fabio Cesar dos Santos Oliveira da 3ª Vara Federal.

Durante entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (11/5) no salão Moniz Aragão, o reitor negou qualquer possibilidade de acordo com a empresa, que não pagava aluguel e ocupou o espaço de forma irregular. Aloisio Teixeira destacou que é possível criar um espaço de maior qualidade; com mais conforto e melhor acústica e cobrar um preço mais baixo pelos ingressos, já que a instituição não tem fins lucrativos. A edificação também deve passar por reformas para se adaptar às novas atividades que serão realizadas. “Pelo decreto de 1967, temos a obrigação de usar o espaço para atividades acadêmicas. Ainda não definimos o que será feito, mas a ideia é debater com a sociedade e procurar grandes empresas estatais para a obtenção de recursos”, explicou o reitor.

Para o professor Luiz Bevilacqua, do Programa de Engenharia Civil da universidade, a reincorporarão da área é importante, pois o terreno está localizado em região privilegiada, de fácil acesso e que permitirá a criação de novos espaços de ensino, pesquisa e extensão: “Ali ao lado fica a Casa da Ciência que pode ser expandida. Além disso, podemos criar auditórios e um centro cultural em cooperação com outras instituições”, sugere o professor.

Segundo o professor Carlos Levi, pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, a retomada do espaço é uma vitória memorável após uma longa batalha. Ele destacou ainda que o plano de ocupação do local deve estar de acordo com as expectativas da sociedade. “O local deve privilegiar a relação com a sociedade e manter sua vocação que é a realização de eventos musicais e culturais, além, é claro, de atividades acadêmicas, que são as atividades-fim da universidade.”

A UFRJ começou a se estabelecer na Praia Vermelha em 1949, depois de receber a doação de parte do terreno em 1937. Em 1967, um decreto-lei doou oficialmente a área de 116.250 metros quadrados situado na Rua Venceslau Brás, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Parte da área foi ocupada irregularmente pelo Canecão e, desde 1971, uma ação reivindicatória transitava na Justiça. Na última segunda-feira, a Polícia Federal participou da ação de reintegração de posse para a universidade, segundo Teixeira, porque funcionários do Canecão não teriam respeitado a decisão da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Os agentes federais lacraram as entradas do imóvel com fitas e cadeados.